“Estou pagando pelo que eu escolhi de errado até hoje”. É com esta afirmação que a dentista Marina Stresser de Oliveira, de 27 anos, tenta resumir a vida dela após ter sido presa, em Curitiba, sob a suspeita de envolvimento tráfico de drogas.
A escolha que Marina de Oliveira se refere é o relacionamento com o ex-marido. O erro, segundo ela, foi ter permanecido ao lado da pessoa amada. “Foi amar uma pessoa envolvida com o crime. Foi escolher viver este amor”.
A dentista terminou o relacionamento após a prisão. Os advogados que representam o ex-marido preferiram não se manifestar.
O caso ganhou repercussão nacional, não apenas pela prisão de uma dentista suspeita de ter ligação com o crime, mas também pela declaração dada por Marina de Oliveira à época. “Agenda só no ano que vem”.
Marina de Oliveira ficou oito meses detidas em uma penitenciária e hoje responde em liberdade, com monitoramento por tornozeleira eletrônica, pelos crimes de tráfico de drogas, posse de armas e associação para o tráfico.
De acordo com a Polícia Civil, o consultório da jovem era usado como ponto de distribuição de drogas e armas para traficantes. Foram apreendidos, no escritório e em outros dois endereços ligados a ela, 15,5 quilos de maconha, 1,3 quilo de crack, armamento pesado e munição.
Ela diz que sabia da existência das drogas, armas e munição, porém, nega que tenha comprado ou que iria vendê-las. A dentista não fala quem era o dono. Diz apenas que “não tem como entrar neste detalhe”.
“Eu não tinha opção de como me livrar disso. É uma situação que vice fica acuada porque tudo foi acontecendo pela minha escolha errada e ter envolvimento com uma pessoa deste meio”.
Agora, um ano após a prisão, a dentista já retomou o atendimento no consultório.
“Paguei caro, paguei com a minha liberdade. Eu não posso ter a liberdade de poder jantar fora, passear, estudar à noite. É uma marca. Com certeza, eu estou pagando pelo o que eu escolhi de errado até hoje”, disse.