Edição do dia 06/07/2016

06/07/2016 08h09 - Atualizado em 06/07/2016 10h46

Remédios têm diferença de preços que pode passar de 5.000%

Paracetamol, em Curitiba, custa R$ 0,47. Já em Belém, o mesmíssimo produto, de um mesmo fabricante, custa quase R$ 26.

A diferença no preço dos remédios de uma farmácia para outra passou para o nível do absurdo completo. Uma nova pesquisa mostra que, no caso dos genéricos, essa diferença supera os 5.000%. Um medicamento que custa centavos numa farmácia pode passar de R$ 20 em outra.

O analgésico Paracetamol, em Curitiba, custa R$ 0,47. Já em Belém, o mesmíssimo produto, de um mesmo fabricante custa quase R$ 26.

A prateleira tá forrada de medicamentos. Tem de marca e os genéricos. Mas antes de levar pra casa tem que fazer o que a Sueli sempre faz: “É importante fazer pesquisa, porque você acaba economizando”.

Tem que pesquisar mesmo e sabe por quê? É que a variação de preços é absurda. Foi o que constatou um estudo feito em mais de 300 farmácias em 16 capitais.

Foram comparados preços de remédios de marca com remédios também de marca de vários laboratórios e ainda os preços de genérico com genérico: a variação chegou a quase 5.500%.

É o caso do Paracetamol genérico. Em Curitiba, ele custa R$ 0,47. Já lá em Belém, o mesmíssimo produto, de um mesmo fabricante, custa quase R$ 26.

O ansiolítico Clonazepan sai por R$ 3,39 em Goiânia. É o preço mais barato entre as capitais pesquisadas. Já em Campo Grande, o remédio tá custando R$ 27.

O anti-inflamatório Dicoflenaco é encontrado por R$ 1,19 em Curitiba e a R$ 36,80 em Vitória.

“Não é uma variação só de uma capital para outra. Também dentro de uma capital nós temos um universo muito grande de possibilidades de preço”, avaliou o diretor de pesquisas do ICTQ, Vinícius Andrade.

O Bom Dia Brasil foi em três farmácias de Goiânia. Encontrou Paracetamol genérico com preços variando entre R$ 5,12 e R$ 25.

Seis meses atrás a pesquisa já tinha sido feita nas mesmas capitais e comparando os mesmos medicamentos. Na época a variação de preços foi de quase 2.000%.

“Ter um consumo contínuo de medicamentos é muito importante a pesquisa, em função da variação de preço”, alertou o diretor de pesquisas do ICTQ, Vinícius Andrade.

Um casal de aposentados gasta mais de R$ 800 por mês com medicamentos. E olha que nunca compram os remédios logo de cara, na primeira farmácia que entram. “Eu pesquiso, normalmente, três a quatro farmácias direto”, contou a aposentada Alaide Barkó. “Pesquisa é a alma do negócio”.

O Ministério da Saúde disse que o ajuste anual do preço máximo dos remédios é definido por uma câmara que reúne vários ministérios. Mas analgésicos, como o paracetamol, não têm o preço regulado pela câmara porque são remédios que não precisam de prescrição médica e aí são oferecidos em diversas marcas.

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