A diretoria do CSA foi para o contra-ataque no caso Walter. Repercutiu mal no Mutange a declaração do jogador de que o clube tinha conhecimento do uso da substância proibida que o suspendeu, temporariamente, dos gramados. Ele não atua desde novembro.
Presidente do Conselho Deliberativo do CSA, Raimundo Tavares conversou com o GloboEsporte.com e disse que Walter foi ingrato e está querendo "desvirtuar os fatos".
Tavares avisou que pode ir até a Justiça para receber de Walter uma multa que chega a R$ 150 mil.
- O caso do doping não será o primeiro e nem o último. Eu tenho certeza que ele está querendo chegar a um aspecto financeiro, que é um problema totalmente diferente desse do doping. Ele recebeu aqui no CSA salários rigorosamente em dia. O clube aqui o tratou muito bem. Recebeu salário em dia, recebeu prêmio coletivo pelo acesso, integral. Só que, quando da sua vinda para Maceió, com esse problema de peso dele e outras situações que parece que estávamos adivinhando que poderiam acontecer, nós assinamos um pré-contrato aonde ele teria um prêmio de R$ 100 mil caso ocorresse o acesso do CSA, o que ocorreu - afirmou o dirigente, citando a contrapartida necessária por parte do jogador.
- Só que também nós colocamos uma cláusula nesse pré-contrato, já desconfiados da sua conduta, que, se tivéssemos alguma situação constrangedora e de exposição do clube, ele também pagaria um valor de R$ 250 mil de multa.
Walter marca belo gol no duelo com Sampaio e põe o CSA na vice-liderança da Série B
Problemas em Alagoas
Raimundo citou os acontecimentos negativos que marcaram a passagem do atacante pelo CSA.
- Para lembrar a ele, os fatos constrangedores que ele causou aqui: o caso da arma de brinquedo que ele puxou para o funcionário da Eletrobras, sendo detido, e eu deixei a minha residência tarde da noite para pedir a sua liberação numa delegacia de polícia e o clube sendo exposto nas redes sociais e até na imprensa em nível nacional. O caso do doping que também não deixa de ser um constrangimento para o clube, mas temos que aguardar o julgamento, não tenho como afirmar esse caso doping antes do julgamento... Mas foi uma exposição do clube.
Em agosto, Walter foi detido em Maceió
O dirigente disse que aguarda o resultado do julgamento do caso de doping do jogador, ainda sem data para ser realizado, para acionar a Justiça, caso seja necessário.
- Estamos esperando, ainda em respeito a ele, para fazermos a conta de que o CSA deve esse valor [R$ 100 mil] e ele nos deve R$ 250 mil. Então, eu estou esperando o final do julgamento para procurar o atleta e ir até à Justiça, se preciso for, para receber os R$ 150 mil que nós temos direito. Essa é a verdade dos fatos.
Medicamento
Raimundo também saiu em defesa do médico Fábio Lima e garante que o clube não receitou qualquer medicação proibida.
- Nós do CSA temos provas, de pessoas muito importantes dentro do clube, como o professor Marcelo Cabo, a minha pessoa, o Fabiano Melo, que fomos juntos à clínica do doutor Fábio Lima, responsável pelo departamento médico do clube, inclusive junto com o Walter, e naquele momento ele colocou claramente que tomou essa substância por conta própria, um remédio para emagrecer que teria comprado, junto com a sua esposa, no interior de São Paulo. Claro, e reafirmo, sem conhecimento do clube.
Tavares também nega que houve falta de apoio do CSA a Walter.
- Ouvi também que clube o abandonou, não o apoiou. Quando nós tomamos conhecimento, fomos à CBF. Eu, o doutor Fábio Lima, o presidente da Federação Alagoana de Futebol, Felipe Feijó, e o próprio jogador. E acrescento mais ainda: a advogada que o Walter contratou para defender no caso foi uma indicação do nosso treinador, Marcelo Cabo. Então, não faltou apoio, as providências que teriam que ser tomadas, foram todas tomadas.