Por Vitor Santana, G1 GO


Mateus Ferreira foi ferido durante protesto em Goiânia Goiás — Foto: Reprodução/Facebook

A segunda cirurgia do estudante Mateus Ferreira, de 33 anos, que foi agredido durante um protesto, em Goiânia, foi considerada bem-sucedida pela equipe médica. O procedimento, que durou cerca de 1h40, foi realizado na manhã desta quinta-feira (18) no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) para corrigir um afundamento no crânio. Segundo a unidade, o rapaz permanece internado na enfermaria consciente e com quadro de saúde estável.

Coordenador do Serviço de Bucomaxilofacial do Hugo, Euclides Barboza de Oliveira explicou que a cirurgia é considerada de rotina. "O objetivo foi reconstruir o afundamento ósseo que ele tinha na testa. Era pequeno, quase imperceptível, mas agora ficou normal. Foi feito um preenchimento com cimento cirurgico no local dessa perda óssea", disse.

Segundo o diretor técnico do Hugo, Ricardo Furtado Mendonça, Mateus está tendo uma recuperação muito boa. "Ele está na enfermaria, consciente, estável, conversando. Não há previsão de novos procedimentos cirurgicos. Ele deve ter alta entre 24 e 48 horas", explicou.

Mateus foi agredido no dia 28 de abril após ser atingido com um cassetete pelo capitão da Polícia Militar Augusto Sampaio. Um vídeo mostra em detalhes o momento em que o estudante levou o golpe no rosto. Fotos também registraram a agressão. O impacto foi tão grande que o cassetete quebrou com a pancada.

Ele chegou a ficar internado por 13 dias logo após a agressão, período em que já havia sido operado. No último dia 11, ele recebeu alta. Porém, voltou a ser internado na quarta-feira (17) em um leito de enfermaria para passar pelo procedimento.

Sequência de fotos mostra que cassetete de PM quebrou durante agressão — Foto: Arquivo pessoal/Luiz da Luz

Inquérito Policial Militar

O comandante geral da PM-GO, coronel Divino Alves de Oliveira, explicou que o capitão Sampaio foi afastado do patrulhamento das ruas no dia 1º de maio e ficará exercendo apenas atividades administrativas enquanto o Inquérito Policial Militar (IPM) que investiga a conduta dele não é concluído.

“Houve excesso, não há como fugir a esta situação, houve o excesso na ação praticada por esse policial militar e, em decorrência disso, o comando da instituição instaurou o inquérito policial militar que irá apurar as responsabilidades”, disse o coronel à TV Anhanguera.

Em nota, a corporação explicou que instaurou o procedimento “diante das imagens que circulam em redes sociais, quando da intervenção policial militar, que mostram a clara agressão sofrida” pelo estudante.

Investigação da Polícia Civil

A Polícia Civil começou a investigar o caso no último dia 4, a pedido do Ministério Público. O delegado titular do 1º Distrito Policial da capital, Izaías de Araújo Pinheiro, informou que ainda não há uma data para ouvi o estudante agredido, pois ele ainda segue sob cuidados médicos.

“A princípio o inquérito apura se houve abuso de autoridade por parte do policial. A lesão gravíssima será apurada exclusivamente pelo Inquérito Policial Militar [IPM]. Ainda vamos buscar imagens, ouvir testemunhas, familiares da vítima e depois o capitão”, revelou ao G1 no dia em que abriu o inquérito.

Ainda segundo o delegado, caso o capitão seja indiciado, denunciado e condenado pelo crime, ele pode perder o cargo e ficar detido por até seis meses.

Novo vídeo mostra detalhes de agressão cometida por PM contra estudante, em Goiânia

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