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Por Helena Rebello — Bolonha, Itália

Guilherme Cirino

O Brasil parece sempre estar no caminho de Andrea Anastasi. Quando jogador, foi um dos responsáveis por uma das maiores decepções do vôlei verde-amarelo. Como técnico, experimentou o outro lado da moeda e viu a seleção comandada por Bernardinho se tornar uma pedra no sapato. Hoje à frente da Bélgica, o italiano mais uma vez se vê em desvantagem no PalaDozza. Em situação delicada no Mundial masculino de vôlei, encara o Brasil de Renan Dal Zotto, já classificado para a terceira fase.

Brasil e Bélgica duelam às 15h30 (de Brasília) deste domingo. O SporTV2 transmite ao vivo e abre o pré-jogo meia hora antes, e o GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real, com vídeos

Andrea Anastasi é o técnico da Bélgica no Mundial de 2018 — Foto: Divulgação / FIVB

Anastasi era um dos grandes nomes da geração italiana campeã mundial em 1990. Naquele ano, num Maracanãzinho lotado, a Itália eliminou os donos da casa na semifinal, adiando o sonho do até então inédito título. Um jogo do qual ele se lembra com enorme carinho.

- Eu lembro da semifinal quando era jogador, no Maracanãzinho. Em frente a 25 mil torcedores, vencemos em cinco sets. Infelizmente para o Bebeto, o grande Bebeto, que está no céu agora, ganhamos por 15/13. Foi a primeira partida importante que ganhamos do Brasil, mas depois perdemos muitas vezes. Para nós, foi incrível, também porque o Maracanãzinho não tinha todas aquelas cadeiras. A tribuna, tinha 25 mil pessoas no ginásio. Lembro bem que era difícil falar. A atmosfera foi incrível, como sempre é no Brasil.

Itália calou o Maracanãzinho na semifinal e foi campeão diante de Cuba — Foto: Reprodução / Twitter

Depois que iniciou a carreira de técnico, Anastasi também teve glórias à frente da Itália. No primeiro ano no comando da seleção do próprio país foi campeão da Liga Mundial e do Europeu, e no ano seguindo seria bi da Liga e bronze nos Jogos de Sydney. Na segunda passagem como técnico da Itália, viu o Brasil se tornar algoz. A seleção eliminou os italianos nas semifinais Olimpíadas de Pequim e do Mundial de 2010, na casa do rival.

A Bélgica é a quarta seleção na carreira de Anastasi, que também foi campeão europeu com a Espanha e da Liga Mundial com a Polônia. Para o jogo deste domingo, com sua equipe precisando vencer e torcer por uma combinação de resultados para passar de fase, vê o Brasil claramente favorito. E acredita que os atuais campeões olímpicos, mesmo sem a dominância de outros tempos, ainda podem voar mais alto no Mundial.

- Está claro que eles não tiveram sorte nessa competição, chegaram aqui com vários problemas, jogadores lesionados, não foi fácil para eles. Mas nesse time tem vários campeões olímpicos, jogadores que ganharam campeonatos mundiais, eles têm muita experiência. Na minha opinião, o Brasil, como sempre, como nos Jogos Olímpicos do Rio, eles não jogam maravilhosamente bem, mas vencem porque eles têm essa mentalidade incrível, eles lutam como leões. Eu os amo por isso, e tenho certeza de que podem ir muito bem nessa competição.

Para o confronto deste domingo, o Brasil deve poupar a maioria dos titulares e dar rodagem aos reservas. Renan Dal Zotto confirmou apenas que dará folga a Lipe, mas também deve poupar Lucão e outros jogadores.

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