Finanças
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Por Rafael Vazquez e Victor Rezende, Valor — São Paulo


Os mercados globais buscam uma direção a seguir neste início de semana. Os números de infectados e mortes pela pandemia de coronavírus segue aumentando na Europa e nas Américas, enquanto governos e bancos centrais ao redor do mundo continuam disparando munição contra os efeitos econômicos da Covid-19.

A série de medidas de estímulo global continua nesta segunda-feira, com o Banco Popular da China (PBoC, o banco central chinês) cortando a taxa de recompra reversa para sete dias em 20 pontos-base, de 2,40% para 2,20%, e a Austrália se preparando para se comprometer com US$ 80 bilhões em gastos nos próximos seis meses, o que inclui subsídios salariais.

Por outro lado, o número de casos confirmados de Covid-19 em todo o mundo chega a 723.700 na manhã desta segunda-feira, incluindo 143.025 nos EUA, de acordo com o rastreador da Universidade Johns Hopkins. Já se passaram duas semanas desde que a cidade de Nova York, o epicentro da crise nos EUA, começou a implementar ações de isolamento e a dificuldade em conter o avanço do vírus levou o presidente Donald Trump a reconhecer que as medidas de distanciamento social continuarão até o fim de abril, tendo junho como meta para o retorno da normalidade, desistindo da ideia de reabrir o país antes da Páscoa.

Apesar do cenário com notícias pouco animadoras para reverter a perspectiva de recessão global, os ativos de riscos resistem a mostrar uma direção única na manhã desta segunda-feira. Em Nova York, os futuros dos índices acionários oscilam e, por volta das 8h, os futuros do Dow Jones apontavam queda de 0,01%, enquanto os do S&P 500 anotavam alta de 0,30% e os do Nasdaq subiam 0,42%.

Na Europa, o índice continental Stoxx Europe 600 abriu a sessão em queda perto de 2%, mas reduziu as perdas e, há pouco, caía 0,62%, depois de a Comissão Europeia divulgar que o índice de confiança de empresas e consumidores teve sua pior queda em março desde o início da série histórica, em 1985.

 — Foto: Ralph Orlowski/Bloomberg
— Foto: Ralph Orlowski/Bloomberg

Na Ásia, a maioria dos índices acionários fechou em queda, mas vale destacar a alta de 7% da do S&P ASX/200, índice de referência da Bolsa de Sidney, recuperando perdas do fim da semana passada depois que o primeiro-ministro Scott Morrison anunciou um pacote de 130 bilhões de dólares australianos (US$ 80 bilhões) para apoiar os salários de trabalhadores. Outros índice acionários asiáticos não suportaram a pressão de notícias negativas da pandemia e caíram, como o Nikkei, da Bolsa de Tóquio, que fechou em queda de 1,57%.

“O sell-off habitual de segunda-feira de manhã foi menos severo do que vimos nas últimas semanas, embora a Europa esteja no vermelho. A Ásia não teve tanta sorte, mas houve algumas surpresas após outro forte declínio na Europa e nos EUA na sexta-feira. As perdas também são bastante modestas para os padrões recentes, de modo que os investidores podem até ser um pouco encorajados, dependendo de como o resto do dia seguir na Europa e nos EUA”, destacou o analista sênior da Oanda, Craig Erlam.

Contudo, depois das altas consideráveis dos índices acionários na semana passada, analistas apontam que o pragmatismo deve predominar nos pregões. “Tivemos um rali e agora podemos ver algo mais próximo da realidade”, disse em nota o chefe de investimento para a região Ásia-Pacífico da gestora DWS, Sean Taylor.

Entre outros ativos, destaque para o petróleo, que opera nas mínimas de 18 anos diante da perspectiva de recessão global e queda abrupta na demanda pela commodity ao mesmo tempo em que há excesso de oferta e uma guerra de preços aberta entre Arábia Saudita e Rússia. O Brent para maio cai 8,82%, a US$ 22,73 o barril, e o WTI para o mesmo mês desvaloriza 5,39%, a US$ 20,35 o barril.

Resposta ao coronavírus no Brasil segue no radar

No Brasil, os agentes continuam a monitorar a resposta dos governos à pandemia do novo coronavírus. O fim de semana foi agitado, a começar pelo sábado de manhã, quando o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com seus ministros para debater a crise. Durante a tarde, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, voltou a defender medidas de isolamento social e disse ser possível que um “lockdown” mais amplo seja adotado em algumas cidades ou estados do país, a depender dos desenvolvimentos da crise. Contrariando Mandetta, Bolsonaro saiu às ruas de Brasília e de cidades no entorno no domingo.

Também no fim de semana, a XP Investimentos promoveu live com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que pediu desculpas ao mercado pelo sumiço na semana passada. De acordo com Guedes, se as linhas básicas de transportes e alimentos funcionarem, a economia pode aguentar dois meses sob efeito da quarentena. Durante a live, ele também informou que o governo também irá rolar a dívida de municípios e garantiu que não faltarão recursos à saúde. O ministro também defendeu que o ajuste fiscal voltará após a crise, tentando tranquilizar o mercado sobre os rumos da situação fiscal do país.

Até ontem, os números oficiais indicavam 4.256 casos confirmados do novo coronavírus no Brasil e 136 mortes. São Paulo e Rio de Janeiro são os dois estados com maior número de casos e de mortos. Diante da perspectiva de que o vírus deve seguir se espalhando no país e no mundo, diversos agentes financeiros têm reduzido suas projeções para a inflação e o Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. Na sexta-feira, foram diversas casas: Moody’s Analytics (-3,5%), Goldman Sachs (-3,4%), J.P. Morgan (-3,2%), Safra (-2,8%), XP Investimentos (-1,9%), Citi (-1,7%), Bram (-1,5%) e Capital Economics (-1,5%).

O Boletim Focus, que na semana passada indicava, ainda, um crescimento de 1,48%, deve apresentar hoje números ainda mais fracos para o PIB. Os números serão conhecidos por volta de 8h30. Ainda no calendário macro do dia, a FGV informou há pouco que o IGP-M ficou em 1,24% em março, acima do consenso do mercado, que esperava alta de 1,12% do indicador.

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