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 (Foto: Pixabay)

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Um novo estudo norte-americano mostra que a melhor forma de convencer adultos resistentes à ideia do aquecimento global é educando as crianças, e enconrajando-as a conversar com os pais e responsáveis sobre o assunto.

A pesquisa analisou o impacto da educação climática em 238 famílias com crianças entre 10 e 14 anos. Os alunos participaram de quatro atividades de sala de aula explorando a mudança climática e uma atividade baseada na aprendizagem, enquanto seus responsáveis foram convidados a explorar os projetos, além de serem entrevistados pelas crianças. As perguntas envolviam quaisquer mudanças climáticas que notaram durante a vida, como a elevação do nível do mar ou alterações na temperatura.

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Testes sobre a preocupação dos adultos com o aquecimento global foram feitos antes e depois da atividade. Notavelmente, os pais que participaram da atividade mostraram um aumento na preocupação com o meio ambiente, enquanto um grupo controle — que não participou das atividades escolares — manteve a forma como pensava.

"Este modelo de aprendizagem intergeracional fornece um benefício duplo", disse a principal autora do artigo, Danielle Lawson, à Scientific American. “[Prepara] as crianças para o futuro, uma vez que vão lidar com o peso do impacto das mudanças climáticas. E capacita-os a ajudar a fazer a diferença na questão agora, fornecendo-lhes uma estrutura para ter conversas com as gerações mais velhas para nos unir para trabalhar na mudança climática.”

A especialista acredita que as conversas sobre mudanças climáticas foram mais fáceis devido ao nível de confiança entre pais e filhos, o que não existe necessariamente entre dois adultos. Os autores também notaram que as meninas foram mais persuasivas que os meninos, e sugerem que as alunas podem ser mais preocupadas e se comuniquem melhor nessa faixa etária.

A publicação, contudo, não mediu alterações no comportamento das famílias, mas, para Lawson, fornece a esperança de "que se pudermos promover essa construção de comunidade e de conversas sobre as mudanças climáticas, podemos nos unir e trabalhar juntos em uma solução".

Os autores do artigo, no entanto, ressalta que essa não é uma questão necessariamente política. "É sobre educação, não ativismo, e as crianças são ótimas educadoras", relatou Kathryn Stevenson, co-autora do NC State, em um comunicado à imprensa. "Eles parecem ajudar as pessoas a considerar criticamente maneiras pelas quais estar preocupado com a mudança climática pode estar alinhado com seus valores".

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