Por Alba Valéria Mendonça, G1 Rio


Lixo acumulado na Praia de São Conrado — Foto: Reprodução/TV Globo

O prefeito Eduardo Paes sancionou, na quarta-feira (6), um projeto que cria os chamados Centros de Apoio para a Reciclagem (CAR) de lixo em favelas e comunidades do Rio. O projeto visa criar oportunidades de emprego e renda para os moradores e, em especial, resolver a questão ambiental dos grandes acúmulos de lixo nessas áreas carentes.

A forte chuva do primeiro fim de semana do ano arrastou para a Praia de São Conrado, na Zona Sul, uma grande quantidade de lixo, que desceu principalmente da Rocinha.

A "onda de lixo" impressionou o campeão mundial de surf, o americano Kelly Slatter, que compartilhou as imagens em sua rede social.

Um dos autores do projeto de criação dos CARs, o vereador Tiago K. Ribeiro (DEM) destacou que a reciclagem do lixo pode representar a transformação de um fator de risco — inclusive, de saúde pública — numa atividade que traga benefícios para toda a comunidade.

Além de atrair insetos e ratos, quando chove, o lixo que desce de morros causa o entupimento de ralos e bueiros, assoreamentos e transbordamento de rios.

Já o lixo jogado nas encostas pesa sobre o terreno, que encharcado cede e provoca deslizamentos, como ocorreu no Morro da Mangueira, em agosto.

Lixo acumulado na encosta pesou sobre terreno no Morro da Mangueira — Foto: Reprodução/TV Globo

"A gente sabe que, embora a Comlurb faça um bom trabalho, são comuns os grandes acúmulos de lixo nas comunidades, em encostas. E não há coleta seletiva. Já está provado que o lixo pode gerar emprego e renda. Com os CARs a gente vai dar essa oportunidade, principalmente aos moradores, e vai melhorar o ambiente onde essas pessoas moram. Vamos ajudar a combater o desemprego, que é um problema grave no Rio, e melhorar o ambiente", disse o vereador.

Nas próximas semanas, Ribeiro pretende marcar encontros com representantes da Comlurb e da Secretaria de Meio Ambiente para discutir o melhor local para instalação dos CARs e o treinamento dos moradores para o trabalho de reciclagem.

Como a prefeitura está enfrentando dificuldades financeiras, ele vai buscar parcerias com grandes empresas privadas para ajudar na implantação e manutenção do projeto.

"A ideia é começar com minipolo de reciclagem em comunidades como Rocinha (Zona Sul), Cidade de Deus e Antares (Zona Oeste) e Complexo da Maré (Zona Norte) e depois espalhar para outras comunidades. Já conversei com as associações de moradores e estamos vendo o reaproveitamento de espaços para montar o CAR".

"E queremos ver com as parcerias privadas a compra de prensas e mesas para separação do material e equipamentos individuais para catadores, que seriam pagos com a renda da venda do material reciclado", disse Ribeiro, que acredita que projetos que visam a sustentabilidade podem ser a saída para o Rio voltar a se desenvolver.

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