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Por Tossiro Neto — São Paulo


Ninguém jogou tanto no Brasil quanto o Palmeiras em 2018. Não é exagero. A vitória por 3 a 0 sobre o Fluminense, na última quarta-feira, foi o 73º dos 77 jogos que a equipe fará.

A quatro partidas do fim da temporada, falta pouquíssimo para a confirmação do título brasileiro. Mas também falta "perna". O desgaste acumulado ao longo dos meses – pelo menos dois deles sem descanso, com disputa simultânea de três competições – é evidente.

Melhores momentos: Palmeiras 3 x 0 Fluminense pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro

Melhores momentos: Palmeiras 3 x 0 Fluminense pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro

No segundo tempo do duelo com o Fluminense, um dia depois de avisar que não seria possível "dar espetáculo" toda partida, Willian foi substituído aparentemente exausto. Dudu, que já tinha dobrado as pernas e levado a mão às costas até antes, foi sacado pouco depois. Não é coincidência que eles sejam os jogadores com mais atuações.

Com 64 jogos, Willian já atuou mais no ano do que Santos, Atlético-MG, Vasco, Vitória, Fluminense, Chapecoense, São Paulo, Botafogo, Internacional, América-MG, Sport e Paraná.

À essa altura do calendário brasileiro, Willian, não há nenhum time dando espetáculo. Espetacular é como o Palmeiras conseguiu chegar a 19 jogos seguidos sem derrota, igualando recorde que pertencia ao Corinthians no formato de pontos corridos.

Nesse período todo, teve momentos em que o futebol não foi o mais vistoso, um ou outro placar foi enganoso – como pode ter sido o placar elástico do jogo de quarta-feira, de pouca inspiração e muito chutão, em que uma vitória magra talvez fosse até mais justa. Mas o Palmeiras também fez vários jogos de domínio absoluto, em que não foi ameaçado em momento algum.

À essa altura do calendário brasileiro, o mais importante para a comissão técnica de Luiz Felipe Scolari e a torcida do Palmeiras não é dar espetáculo, missão difícil em meados de novembro, mas sim confirmar um título que se mostra muito próximo.

Dudu cumprimenta Felipe Melo por golaço; atacante saiu pouco depois — Foto: Marcos Ribolli

Para isso, vale trocar um meia por um volante para segurar o resultado. Principalmente se esse volante logo depois acertar um golaço, como fez Felipe Melo, e acabar ampliando a vantagem aberta por Borja.

E daí ter ainda mais um volante em campo na comemoração do terceiro gol, marcado em bola parada nos acréscimos. Para a torcida do Palmeiras, à essa altura, tudo é espetáculo. Com razão.

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