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Por Jornal Nacional


Em pouco mais de 2 meses, mais de 2,8 mil árvores caem em São Paulo

Em pouco mais de 2 meses, mais de 2,8 mil árvores caem em São Paulo

Desde o início de 2019, a cidade de São Paulo perdeu mais de 2.800 árvores.

Uma árvore caiu, nesta quinta-feira (7), sobre uma casa. Nesta semana, em em uma única rua de São Paulo, três árvores desabaram. Uma moradora gravou o momento em que uma delas atingiu um carro.

Em outra rua, o carro estava vazio porque a dona e o filho desistiram de sair pouco antes de a árvore cair. “Meu filho ficou com medo dos trovões e a gente aguardou a chuva passar. Graças a Deus, imagina”, disse a advogada Elisa Martins.

Em 2018, 4.400 árvores caíram em São Paulo. Só nos primeiros meses de 2019 foram mais de 2.800, segundo a Defesa Civil.

A madeira esfarelada mostra uma das causas: árvores doentes.

Dona Sueli está preocupada. A árvore em frente à casa dela foi atacada por cupins. Funcionários da prefeitura colocaram uma espécie de espuma laranja para conter a praga, mas não cortaram a árvore.

“A prefeitura vem e fala que ela está saudável”, disse a moradora Sueli Colla Mestre.

O biólogo Marcos Buckeridge está desenvolvendo, no Instituto de Biociências da USP, um projeto que poderia ser chamado de “médico de árvore”. É um estudo com mudas de tipuana, uma das que mais caem em São Paulo.

Quando se trata de cuidar da saúde, árvores se parecem com seres humanos. Um aparelho mede o fluxo da seiva dentro do caule. É mais ou menos como aquele aparelho de pressão que o médico põe no braço da gente. Já outro equipamento mede a capacidade da árvore de absorver luz do sol e transformá-la em alimento. Assim como no caso dos seres humanos, dá para aumentar o tempo de vida das árvores se as doenças forem descobertas e tratadas cedo.

“Nós podemos usar esses elementos como guia para sabermos se a árvore está bem de saúde ou não”, explicou o professor Marcos Buckeridge.

A árvore analisada é jovem e passou fácil no check-up.

“Ela está saudável e está tudo bem com essa planta”, garantiu uma pesquisadora.

Só que as tipuanas das ruas de São Paulo foram plantadas há uns 60 anos. É mais ou menos o tempo de vida delas. Estão idosas e precisam de cuidados médicos. Uma caiu pertinho do laboratório.

“Nós temos que cuidar das árvores que nós temos agora, entendendo como elas funcionam ou como esse processo de queda funciona, e tentando prever com a maior antecedência possível. Aí nós vamos ou tratar ou vamos ter que cortar e substituir essa árvore. Então, a árvore certa no lugar certo é o caminho para a gente no futuro. Nós tratarmos das árvores que nós temos agora e entendermos porque elas caem é o caminho de agora”, disse Buckeridge.

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