Pequenos espaços
Decoração de apartamento pequeno: poucos metros com muito estilo
Confira estes três projetos de decoração de apartamento pequeno, de até 45 m², bem resolvidos e cheios de charme
4 min de leituraToques femininos para uma solteira convicta em 40 m²
Um ano de estudos na cidade de Florença, na Itália, e a publicitária Flavia Baptistini retornou ao Brasil se sentindo outra pessoa. Ficou um tempo na casa dos pais antes de retomar a vida profissional na capital. Não passava pela sua cabeça morar em um apartamento pequeno de 40 m², na Vila Nova Conceição, que alugava na época da faculdade. “Era apertado e seria como se eu estivesse voltando para trás”, recorda. Em 2009, quando viu que o imóvel estava à venda, tomou a resolução: “Só mudo se transformá-lo totalmente”. A promessa foi cumprida após a reforma radical feita pelas arquitetas Débora Racy e Nicole Sztokfisz, do escritório Arquitetura Paralela. “A primeira providência foi construir a cozinha integrada com a sala, o que deixou o espaço amplo e claro”, afirma Débora. Ficou mais iluminado ainda com o amarelo vibrante escolhido para a pintura das paredes da cozinha. O fogão antigo estava abandonado nos fundos da casa de uma tia dela, mas em perfeito estado. “Era da cozinha de visitas e usado apenas para fazer o café e os bolinhos de chuva, que eu adorava”, recorda Flavia. Para favorecer a circulação, ela não quis muitos móveis. Em todos os cômodos, a marcenaria, feita sob medida, aproveitou bem os espaços e acompanhou os cantos arredondados das paredes, originais do prédio. Até o sofá, de 3 m de largura, se encaixa na curva da sala. De linho rosa antigo, é a peça mais feminina. “Quis nessa cor para não ficar apagado no meio das paredes brancas e do piso cinza”, comenta a moradora.
Aconchego masculino em 45 m²
Marco Antonio Medeiros até deu uns toques na arquitetura de interiores do apartamento de 45 m², em Florianópolis, pertencente a um amigo. “Mas jamais imaginei que iria acabar morando aqui”, conta o arquiteto catarinense. Foi assim: o proprietário se mudou para outro apê na mesma época em que Marco resolveu se mudar para o pequeno imóvel alugado. “Como tudo estava novinho, praticamente só refizemos essa decoração de apartamento, antes à base de marrom”, conta o profissional. Hoje, prevalecem os tons neutros. Paredes brancas e toques de azul exalam um espírito navy, propício a quem mora à beira-mar. Nem foi preciso recorrer muito à marcenaria sob medida, trunfo comum para fazer caber tudo de que se precisa em áreas pequenas. A exceção foram os armários da cozinha americana, pouco usada porque os dois comem fora praticamente todos os dias. O grande barato é o living, que dispensa sala de jantar, onde gostam de receber amigos. Há inclusive objetos de decoração ganhados de alguns deles, como a mesa de centro e a mesa-bar que fica perto da entrada. Mas e o sofá, que forma um grande “L” e parece ter sido projetado especialmente para o local? “Veio de uma antiga loja e coube direitinho”, conta Marco, que destaca ainda a base com portinholas retráteis do móvel, onde se podem guardar calçados. Ele também pode virar duas camas de solteiro para abrigar visitantes.
Boas sacadas para uma mulher que adora moda em 43 m²
Em um cálculo aproximado, a gerente de publicidade Sandra Maciel deve ter perdido 14.400 horas de sua vida – ou 600 dias – no trânsito. Sandra morava na Vila Mariana e trabalha no Jaguaré, em São Paulo. Apesar de ter tamanho razoável, o apartamento de 75 m² onde ela vivia sozinha havia se tornado inviável. Pois, numa sexta-feira à noite, durante uma festa na casa de um conhecido, Sandra se apaixonou perdidamente: por um loft de 43 m², no bairro do Itaim. “No dia seguinte, voltei lá e comprei”, diz. Ao receber a informação do tamanho, o designer de interiores Rogério Castro quase caiu para trás. Amigo de Sandra de longa data, foi ele, ao lado da arquiteta Fabíola Fera, o encarregado de criar soluções que atendessem uma executiva com vida social agitada e dona de 100 pares de sapato. “Sabe o que eu falei para ela? ‘Não vai dar’”, conta Rogério. Mas deu. Graças a duas providências. A primeira: antes de se mudar para o loft, a proprietária desfez-se de quase tudo. Móveis, eletrodomésticos, roupas, sapatos – ficou com 50 pares. A segunda: a criação de um apuradíssimo projeto de marcenaria. “Em espaços assim, os móveis prontos não funcionam”, diz Rogério. Na decoração de quarto o guarda-roupas com portas de correr é muitíssimo menor do que o closet do outro apartamento, mas adequado à nova fase da moradora. “Viver aqui fez com que eu mudasse até meu estilo de vestir. Só compro o que realmente amo”, diz Sandra. Há algumas semanas, comemorou seus 39 anos na companhia dos amigos. Em casa, obviamente. “O pessoal se espalha, senta nos degraus da escada e dá tudo certo”, afirma. Vez por outra, ainda há espaço para hospedar a mãe, que dorme no sofá-cama da sala.