A Polícia Militar chegou a interditar os dois sentidos da Avenida Maracanã, Zona Norte do Rio, na noite desta sexta-feira (22), por causa de uma suspeita de bomba nas imediações do estádio do Maracanã. O Esquadrão Antibomba da Polícia Civil já foi acionado, eliminou o risco de explosão e, por volta das 22h, a via foi liberada.
Segundo informações do 4º BPM (São Cristóvão), por volta das 19h30 policiais da unidade foram alertados para uma caixa que teria sido abandonada perto da estátua do Bellini e resolveram interditar a via por precaução.
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Alarmes falsos
Este é o quinto caso de suspeita de artefato explosivo abandonado nas ruas do Rio nesta semana. Na segunda-feira (19), outra bolsa suspeita foi analisada, no Leblon. A Rua General San Martin ficou fechada por mais de duas horas, até o esquadrão verificar que só havia roupas dentro da bolsa.
Na manhã de quarta (20), uma mala suspeita foi deixada na porta da Cidade da Polícia, no Jacaré, na Zona Norte. A suspeita de uma bomba também assustou moradores do Méier, na Zona Norte, na madrugada de quinta-feira (21). Em todos os casos, que estão sendo investigados, não havia explosivos.
Legislação
O abandono de bens em via pública, como por exemplo uma mochila, não constitui conduta criminosa, de acordo com a polícia. Estão sendo adotadas, no entanto, medidas para identificar quem abandona os objetos e os motivos, para informar aos órgãos competentes, através da agência de inteligência da polícia.
Se confirmado o trote, fica configurado o delito de falsa comunicação de crime ou de contravenção, previsto no artigo 340 do Código Penal Brasileiro, que diz: "Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado. Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa".
Para o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM e especialista em segurança pública Paulo Storani, os alarmes de bombas devem sempre ser verificados, mesmo que sejam falsos. Segundo ele, esses alertas podem ser uma artimanha de terroristas para avaliar o comportamento das forças de segurança.
"Isso é comum também em outros países, pode ser uma brincadeira de mau-gosto, mas pode ser também terroristas querendo saber como acontece a resposta da polícia nesses casos, quanto tempo a equipe técnica demora para chegar ao local", afirma Storani, ressaltando que, se ficar claro que são apenas trotes, os responsáveis precisam ser identificados e punidos.
