Hábil manipulador de manchetes, o bilionário Donald Trump, adversário de Hillary Clinton nas eleições presidenciais, roubou boa parte da cena ao pedir à Rússia que libere milhares de e-mails pessoais que Hillary apagou e que ele, Trump, insinua que os russos tenham interceptado. O correspondente Jorge Pontual traz as informações.
Um porta-voz de Hillary Clinton acusou Trump de botar a segurança nacional em risco. Já o do Trump disse que foi só uma piada, Trump não estava realmente pedindo aos russos que espionem a candidata rival.
Trump é um mestre da comunicação, ninguém manipula a mídia como ele. Com esse comentário irônico, ele trouxe de volta ao noticiário a questão dos 30 mil e-mails que foram apagados do servidor pessoal de Hillary. Ela sobreviveu a uma investigação do FBI, mas Trump achou um jeito de trazer o assunto de novo à tona, o que é péssimo para Hillary.
O comentário de Trump foi tão bem sacado que não se pode realmente dizer que ele esteja, a sério, propondo que os russos espionem Hillary. Ao mesmo tempo ele reacendeu as teorias conspiratórias de que seria o candidato de Vladimir Putin.
"Falem mal, mas falem de mim", reza a doutrina de Trump. "Não existe má publicidade", ele diz, e é verdade. Se Trump é mesmo o candidato de Putin, temos que admitir: o russo escolheu um mestre do maquiavelismo como ele.