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Neymar é o cara, mas melhor média de gols do trio da seleção é de Jesus

Principal astro do futebol na Olimpíada, atacante do Barcelona é tietado até por seus companheiros, mas números de 2016 o colocam no mesmo patamar dos "Gabrieis"

Por Teresópolis, Rio de Janeiro

Neymar é o cara. Não há dúvidas de que se trata do maior nome do futebol olímpico em 2016. Num torneio esvaziado de astros, o brasileiro centraliza atenções de torcedores, jornalistas, adversários e até companheiros, como o volante Thiago Maia, que admitiu, na última segunda-feira, ainda ter tremedeira nas pernas quando fica perto do atacante.

Gabigol, Neymar e Felipe Anderson Treino Seleção Brasileira Olímpica (Foto: Lucas Figueiredo / MoWA Press)Gabigol, Neymar e Felipe Anderson Treino Seleção Brasileira Olímpica (Foto: Lucas Figueiredo / MoWA Press)
Gabriel Jesus Treino Seleção Brasileira Olímpica (Foto: Lucas Figueiredo / MoWA Press)Gabriel Jesus Treino Seleção Brasileira Olímpica (Foto: Lucas Figueiredo / MoWA Press)
Gabigol, Neymar e Felipe Anderson Treino Seleção Brasileira Olímpica (Foto: Lucas Figueiredo / MoWA Press)Gabigol, Neymar e Felipe Anderson Treino Seleção Brasileira Olímpica (Foto: Lucas Figueiredo / MoWA Press)








Só que no aguardado ataque formado por ele, Gabriel Jesus e Gabriel, os números muito semelhantes deste ano colocam os três no mesmo patamar. O palmeirense, inclusive, tem média de gols superior à de Neymar, que teve na temporada 2014/15 a sua melhor até aqui, mas não conseguiu repetir o desempenho no último ciclo.

Trio olímpico em 2016
G. Jesus: 19 gols em 33 jogos (0,57)
Neymar: 15 gols em 31 jogos (0,48)
Gabriel: 14 gols em 33 jogos (0,42)

Trio MSN em 2016
Suárez: 33 gols em 31 jogos (1,06)
Messi: 34 gols em 40 jogos (0,85)
Neymar: 15 gols em 31 jogos (0,48)

Jesus, na mira de clubes milionários como os dois de Manchester – United e City –, fez 19 gols em 33 partidas em 2016, média de 0,57. Gabriel disputou o mesmo número de jogos por Santos e seleção brasileira, e marcou 14 vezes, média de 0,42.

Entre os dois garotos de 19 anos está Neymar. Um dos três convocados acima do limite de 23 anos, o atacante de 24 participou de 31 jogos em 2016. Fez 15 gols, média de 0,48.

É quase um empate técnico entre os prováveis titulares de Rogério Micale para o amistoso do próximo sábado, em Goiania, contra o Japão. E talvez justifique o fato do gremista Luan, com 10 gols em 35 jogos (média de 0,28) começar no banco de reservas. Vale lembrar que em todos os treinos desde o início da preparação, o técnico da seleção olímpica utilizou, por alguns minutos, os quatro atacantes juntos.

Se Neymar está no mesmo patamar numérico dos companheiros da missão do ouro olímpico, no Barcelona a realidade foi bastante diferente. Lionel Messi e Luis Suárez têm estatísticas que beiram o absurdo. Em 2016, o argentino tem média de 0,85 (34 gols em 40 jogos), enquanto o uruguaio estraçalha previsões possíveis com mais de um gol por partida (33 em 31).

Com três atacantes, Neymar fica na esquerda, seu lado preferido, e Jesus centralizado. Gabriel à direita (Foto: Arte: GloboEsporte.com)Com três atacantes, Neymar fica na esquerda, seu lado preferido, e Jesus centralizado. Gabriel à direita (Foto: Arte: GloboEsporte.com)
Quando Luan entra, ele e Jesus ficam mais centralizados, com Neymar e Gabriel abertos, mas intensa movimentação (Foto: Arte: GloboEsporte.com)Quando Luan entra, ele e Jesus centralizam, com Neymar e Gabriel abertos, mas intensa movimentação (Foto: Arte: GloboEsporte.com)









É evidente que há diferenças entre os gols de Neymar e dos xarás olímpicos. Enquanto Jesus e Gabigol disputaram o Paulistão durante quatro dos sete meses que se foram no ano, o craque do Barça teve rivais mais difíceis na Liga dos Campeões e no Espanhol. Por outro lado, teve o privilégio de atuar no ataque mais poderoso do mundo, que goleou impiedosamente nanicos da liga local – Suárez conseguiu três vezes a façanha de marcar quatro gols num jogo.

A Olimpíada – competição que não conta gols e jogos pela seleção principal do Brasil – pode fazer com que todo o trio aumente suas médias. A equipe de Micale é treinada para atacar, roubar a bola no campo ofensivo, finalizar, envolver. Se vai dar certo, será possível saber a partir do dia 30, e depois nos jogos contra África do Sul, Iraque e Dinamarca, nos dias 4, 7 e 10 de agosto, já pela fase inicial do torneio.

Neymar deverá jogar pela esquerda, setor de sua preferência, com Gabriel na direita, assim como faz no Santos, e Jesus mais centralizado. Só que a comissão técnica estimula movimentação constante, troca de posições, tabelas. Micale diz que o jogo é um “organismo vivo”. Boa notícia para uma seleção que esbanja vontade de viver.