Rio Rio 2016

A cultura dos Alpes em meio às montanhas do Rio

Baixo Suíça será aberto nesta segunda, com direito a pista de patinação com tecnologia inovadora que simula gelo
Nem tão "Frozen": patinadora testa a falsa pista de gelo da Suíça na Lagoa Foto: Domingos Peixoto / O Globo
Nem tão "Frozen": patinadora testa a falsa pista de gelo da Suíça na Lagoa Foto: Domingos Peixoto / O Globo

RIO - O inverno no Leblon já foi quase glacial, como registrou numa canção a gaúcha Adriana Calcanhotto (em parceria com o poeta Antonio Cicero). Na Olimpíada, o clima gelado vai se concentrar ali perto, na Lagoa. A maior atração desse “vórtice polar" às margens de um dos principais cartões postais do Rio será a pista de patinação “no gelo” do Baixo Suíça. A atração gratuita será inaugurada amanhã, junto com todo o espaço, às 11h. Os equipamentos de patinação estarão disponíveis para empréstimo no local.

A pista de patinação não tem gelo de verdade. Essa é a grande novidade da atração, segundo a Coordenadora do Baixo Suíça Christina Gläser. Ela é feita de uma tecnologia desenvolvida no país europeu, inédita no Brasil: um composto de polietileno de alta densidade, com uma camada de silicone misturado a outros materiais que produzem o efeito necessário para que patins de gelo deslizem na superfície. A pista não tem uma gota d’água sequer em sua composição, nem precisa de energia elétrica. Tudo isso é parte do que a Suíça pretende apresentar ao Brasil.

— A ideia do Baixo Suíça é mostrar os vários aspectos do país. Nossa intenção e ir além dos clichês que muitos brasileiros conhecem. É claro que vamos ter os salsichões, as raclettes e até o tradicional cachorro São Bernardo, que é nosso mascote. Mas queremos mostrar também o que a Suíça tem de alta tecnologia e na área de sustentabilidade — diz Christina.

A casa do país referência dos melhores chocolates do mundo, abrigará, ainda, uma exposição sobre os 150 anos da Nestlé, com histórias sobre os produtos da marca. Entre elas, a explicação do nome Leite Moça. Quando foi lançado por aqui, o leite condensado era chamado de "o leite da moça", já que trazia a imagem  de uma camponesa suíça estampada o rótulo. E assim é até hoje.

O Baixo Suíça fica localizado onde funcionava o campo de beisebol da Lagoa, próximo ao Corte de Cantagalo. O campo será reconstruído quando os suíços deixarem o Rio, no dia 18 de setembro, após a Paralimpíada. Toda a estrutura tem 4.100 metros, e além de apresentações musicais também terá um telão para exibição das competições olímpicas. A casa vai funcionar todos os dias das 11h às 23h.

AGRICULTURA URBANA E DE CORRIDA

Além da pista de patinação, a casa da Suíça terá outras atrações abertas ao público. A dobradinha tecnologia e proteção ao meio ambiente é também a inspiração para a minifazenda urbana que foi construída no local. A ideia é mostrar que é possível produzir alimentos dentro das cidades, sem precisar recorrer aos produtores rurais. O ambiente consiste numa espécie de box onde os alimentos são cultivados na água, sem uso de terra. O processo é chamado de hidroponia.

As atrações do espaço incluem ainda uma minipista de corrida, com direito a photochart . O visitante poderá levar a fotografia feita pelo equipamento no exato momento em que é cruzada a linha de chegada na brincadeira. O Baixo Suíça também conta com uma cabine giratória de teleférico, um trem tipicamente suíço e até um globo de neve gigante.

Acostumados a subir a serra até Petrópolis ou Friburgo para degustar a culinária Suíça, os cariocas terão algumas iguarias do país europeu também às margens da Lagoa. A novidade será o vinho suíço, que não é comum por aqui, porque, segundo a coordenadora do espaço, o Brasil não tem nenhum representante importador da bebida no país.

No baixo, no entanto, a associação profissional do Vignerons de la Côte fará degustações diárias para apresentar a diversidade e a qualidade de seus vinhedos. Um dos vinhos é feito de uma uva que existe exclusivamente na Suíça: a chasselas. Outra atração gastronômica do espaço será o churrasco suíço, feito no “firering”, uma espécie de churrasqueira em forma de disco gigante. Um food truck contará com ingredientes do Brasil e da Suíça, combinados em pratos criativos. E, é claro, haverá espaço para o famoso chocolate local, com um ateliê para os chocólatras.

Após o sucesso na primeira passagem do Baixo Suíça pelo Rio, durante a Copa do Mundo de 2014, a expectativa do governo suíço, responsável pelo espaço, é de que 450 mil pessoas visitem o local entre amanhã e o dia 18 de setembro.

— Depois do sucesso na Copa, tivemos que ampliar e inovar para saciar a expectativa dos cariocas — diz Christina Gläser.