27/07/2016 17h09 - Atualizado em 27/07/2016 17h25

Catarinense que salvou tubarão diz não ter pensado no risco: 'Quis ajudar'

Empresário caminhava quando viu animal na praia de Balneário Camboriú.
'Demorou uns quatro minutos para recuperar o fôlego e voltar a nadar', diz.

Do G1 SC

Tubarã foi encontrado na Praia Central de Balneário Camboriú (Foto: Júnior Pio/ Arquivo Pessoal)Tubarã foi encontrado na Praia Central de Balneário Camboriú (Foto: Júnior Pio/ Arquivo Pessoal)

“Saí para me exercitar e salvei a vida de um tubarão. Ainda bem que havia testemunhas, porque se contasse, ninguém acreditaria”, diverte-se o empresário Júnior Pio. Morador de Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, ele caminhava com um amigo por volta das 6h de terça-feira (26) pelo calçadão da Barra Sul, na Praia Central, quando viu o animal se remexendo na praia e não hesitou em entrar na água e ajudá-lo a voltar ao mar.

Ao  perceber que o animal estava encalhado, inicialmente, Júnior fez um vídeo e fotografou, mas, quando percebeu que o tubarão se mexia entrou na água e tentou ajudar.

Segundo Júnior, o tubarão-azul não tinha dentes aparentes, pesava cerca de 30 quilos e tinha aproximadamente um metro de extensão. “Depois de ter ajudado ele a nadar, até me questionei se corri algum risco, mas na hora, foi tanta adrenalina, queria mesmo ajudar o bichinho que se remexia na areia”, contou.

Animal foi visto por empresário na praia  (Foto: Júnior Pio/ Arquivo Pessoal)Animal foi visto por empresário na praia (Foto: Júnior Pio/ Arquivo Pessoal)

“Primeiro, peguei ele pelo rabo e joguei dentro do mar, mas ele parecia debilitado, sem forças para nadar e acabou voltando com as ondas na minha direção. Então, apesar do frio, peguei o animal, entrei no mar até que a água chegasse à minha cintura e o soltei. Para minha surpresa ele demorou uns quatro minutos para recuperar o fôlego e voltar a nadar”, contou.

Emocionado, Júnior ficou na água observando até que o animal se distanciasse da costa e quando retornou à praia se surpreendeu com a reação das pessoas. “Fui ovacionado, todos aplaudiam meu gesto e me parabenizavam. Fiz minha boa ação do dia”, brinca.
 

“Claro que ele se arriscou ao entrar em contato com o tubarão, mas agiu corretamente, porque não havia tempo para acionar um órgão que pudesse ajudá-lo, o animal poderia morrer. Eu, pessoalmente, teria feito o mesmo”, disse o cabo Ricardo Alexandre, da Polícia Militar Ambiental.

Suspeita de doença
Segundo o curador geral do Museu Oceanográfico da Univali, professor Jules Marcelo Rosa Soto, é provável que o animal tenha chegado à costa em razão de alguma doença.

“O tubarão-azul é oceânico, vive em águas que podem chegar a 3 mil metros de profundidade, em geral nadam em meia água ou superfície, a 50 ou 200 metros de profundidade, em áreas distantes da costa. Analisei imagens e vi que é um tubarão juvenil, de no máximo um ano de idade. Na fase adulta, eles podem chegar a 3 metros de comprimento. Este tubarão da imagem tinha metade desse tamanho”, explicou.

Conforme Soto, o animal pode ser ser vítima de uma parasitose. "Eles chegam torpes à praia e acabam encalhando. Segundo o professor, porém, dificilmente o animal deverá sobreviver. "É provável que seja encontrado morto em outra praia”, comentou.

 

 

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