25/07/2016 23h31 - Atualizado em 25/07/2016 23h31

Dono de balsa que afundou em rio do PR diz que não vai retomar trabalho

Balsa no Rio Piquiri era mantida por fazendeiro da região.
Serviço funcionava em rodovia estadual, e DER não sabe o que fazer.

Do G1 PR, com informações da RPC Cascavel

O dono da balsa que afundou no Rio Piquiri, entre Guaraniaçu e Campina da Lagoa, no oeste do Paraná, disse nesta segunda-feira (25) que não pretende mais manter o serviço no local. A embarcação pertence a um fazendeiro da região e une dois pontos da PR-471, uma rodovia estadual que liga as duas cidades.

O acidente com a balsa aconteceu no dia 21 deste mês. A embarcação virou ao tentar transportar um caminhão carregado com milho de uma margem a outra do rio. Nesta segunda-feira, a balsa ainda permanecia submersa, enquanto uma equipe trabalhava para tentar retirá-la da água.

"Os proprietários já falaram que não vão mais recolocar em funcionamento, porque aqui é uma rodovia estadual, porque o DER (Departamento de Estradas e Rodagem) ou alguém tem que vir aqui e colocar uma balsa, fazer uma ponte, tomar uma decisão", diz o gerente da fazenda, Elisvaldo Silva.

Sem a balsa, os moradores das duas cidades estão sofrendo para fazer a travessia pelo rio. Não há outra estrada que ligue as duas cidades. "A gente usa a balsa todos os dias, para ir ao médico, supermercado, sempre, lazer também. A gente está completamente isolado de tudo", conta a auxiliar de limpeza Carmen da Silva Dias.

O comércio também sofre sem a balsa. "Tem uma clientela bem grande, daquele lado da balsa, que pertence ao município de Guaraniaçu. Na cidade, tem umas 30 ou 40 famílias que compram todo mês", afirma o empresário João Batista, dono de um supermercado em Campina da Lagoa.

Quem mora em uma cidade e trabalha na outra já teme perder o emprego, por não poder cruzar os 150 metros entre as margens do rio. Com a falta da balsa, a única forma de ir de uma cidade a outra é fazer um desvio por terra, de quase 200 quilômetros.

Até o operador da balsa, Edson Nascimento Dias, sente medo de ficar desempregado. "A gente não sabe o que vai ser, porque eu me criei nisso. Estou há 19 anos aqui", lamenta.

Procurado, o DER disse que o investimento para construir uma ponte na PR-471 e asfaltar a rodovia, que hoje é de chão batido, pode chegar a R$ 100 milhões. Segundo o órgão, não há projetos para que a obra seja executada, já que a estrada tem pouco tráfego de veículos.

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