Títulos como “A culpa é das estrelas”, de John Green, “O menino do pijama listrado”, de John Boyne, “As crônicas de Nárnia”, de C.S. Lewis, "Diários do Vampiro", de L. J. Smith, e “A casa das orquídeas”, de Lucinda Riley, são alguns dos que recheiam a estante de livros pintada no muro do Colégio Martin Luther, em Marechal Cândido Rondon, no oeste do Paraná.
O incentivo à leitura que chama a atenção de quem passa pelo local e que também ganhou repercussão na internet não é uma ideia isolada, explica o diretor do colégio evangélico Ildemar Kanitz. Há pelo menos três anos, ele aposta em algumas iniciativas que possam estimular os alunos a ler. “A leitura leva à chave do conhecimento”, resumo ao destacar outro projeto que, admite, não teve tanto sucesso como o da estante.
“Antes do muro externo, já tínhamos pintado na parte interna uma pilha de livros com uma chave do lado. Depois, vendo o muro de fora não tão bonito, comecei a pensar em algo diferente. Pesquisei e vi algo parecido em uma casa. Propus para os alunos e eles gostaram. Pedi para que fizessem uma lista de livros que gostariam de ver pintados no muro e estão lá”, explicou o diretor.
As únicas sugestões do diretor foram “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, e “O Mundo de Sofia”, de Jostein Gaarder. O trabalho em grafite é assinado pelo artista "Trilha".
Ildemar conta que a iniciativa foi bastante elogiada, tanto por alunos como por funcionários e moradores da cidade. “Mas, algumas pessoas me questionaram por que não estão lá os clássicos da literatura, como títulos de Machado de Assis. Respondo que o importante é os alunos se identificarem com a iniciativa e que realmente tenham vontade de ler. E, atualmente, aqueles são os livros que a juventude está lendo. Um livro puxa o outro”, defende ao explicar que a proposta da escola é “sair do modelo tradicional de educação, que não atrai os alunos”.
“A ideia é oferecer aos estudantes o que não tive na minha época. Descobrir tarde, já na faculdade, a importância da leitura como caminho para o conhecimento. Por isso, tento de várias formas fazer com que para eles seja diferente”, justifica. Projetos de robótica e até um giroscópio fazem parte das alternativas de ensino diferenciado.
A leitura, no entanto, é o tema principal. Na entrada dos alunos do ensino fundamental, um livro aberto pintado no portão sugere que ao passar por ali o aluno estará entrando em um mundo diferente, de imersão no conhecimento. Nos murais são espalhadas frases e sugestões de títulos, a exemplo de uma espécie de vitrine feita no chão da cantina, onde toda semana são expostos alguns livros.
Outro projeto envolve ainda os pais e responsáveis, que depois da leitura de um livro, criam personagens ou reproduzem um lugar para serem apresentados pelos alunos em sala de aula. E, no fim do ano, o presente do amigo secreto feito entre os alunos é um livro. “As livrarias da cidade é que estão contentes. Já vieram me agradecer o aumento nas vendas”, brinca Ildemar.
As inspirações não param por aí. Em breve, anunciou sem dar mais detalhes, um projeto de incentivo à leitura deve ser voltado à comunidade em geral.
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