Mazinho não entrou em campo durante toda a campanha da
seleção brasileira na Olimpíada de 1988, em Seul, na Coreia do Sul. Mas o então
jovem de 22 anos aproveitou a experiência. Conviveu com outros atletas e
impressionou-se com a magnitude da vila olímpica. Lembranças diferentes da que
terá seu filho, Rafinha, que irá disputar os Jogos do Rio de Janeiro de 2016,
mas longe da presença de outros esportistas. Para o ex-jogador, o grande legado
foi ver diferentes realidades em tão pouco tempo.
- Eu fiquei no banco. Não entrei em nenhum jogo. Mas fiquei
feliz, porque foi uma ótima experiência. Um ambiente completamente diferente.
Você vê todo tipo de pessoa, de tamanhos e estilos: de jogadores de basquete
com 2 metros de altura até a Nadia Comaneci, de 1,5m. A quantidade de gente e
de culturas que participam da Olimpíada é muito grande – lembrou o pai de
Rafinha, em entrevista por telefone.
Além das novas experiências, Mazinho teve outros dois
legados importantes de 1988: a medalha de prata conquistada pela seleção e o
surgimento de jogadores que seis anos depois dariam o título da Copa do Mundo
ao Brasil. Além dele, estavam naquele elenco jogadores como Romário (artilheiro
da Olimpíada, com sete gols), Bebeto, Jorginho e Taffarel.
- (Em 1994) tínhamos um grupo praticamente de 1988, quando
foi feita a seleção olímpica. Depois foram encaixando outros jogadores. Com a
gente já se conhecendo, tudo foi mais fácil.
Sem "spoiler" a Rafinha
Depois de ter disputado a Olimpíada, Mazinho agora viverá a
sensação de acompanhar um filho nos Jogos. Rafinha é dos principais atletas da
seleção olímpica e deve ser titular no time montado por Rogério Micale. O pai
evita dar muitos conselhos ao rebento e acha que o jovem precisa viver em primeira mão a experiência para crescer na carreira.
- Para mim, é um orgulho ser pai de um jogador. Empolgação ele sempre tem,
a alegria de poder vestir a camisa. É um jogador com experiência de Barcelona.
É um momento importante para que ele possa crescer cada vez mais.
Mas não passei nada, não. É uma experiência única. O jogador
tem que sentir esta competição, ver o bonito que é, ter a alegria de
participar, de ser um jogador olímpico. É importante ele conhecer, descobrir e
ver que o ambiente realmente é diferente.
Rafinha não é o único ponto de interesse de Mazinho na
seleção olímpica. Mesmo acompanhando de longe, o tetracampeão mostrou otimismo
com o trabalho comandado por Micale e elogiou a busca por um futebol mais leve.
- A gente tem tudo para conseguir essa medalha. É um time
completamente maduro, com jogadores experientes, rodados. (Micale) tem essa
coisa maravilhosa que é gostar do nosso futebol bonito, que sempre foi assim.
Encantávamos o mundo com o nosso futebol. Acredito muito no trabalho dele.