Série ASérie BEuropa

- Atualizado em

Delatora do doping russo, Stepanova apela ao COI para estar na Rio 2016

Especialista nos 800m tenta reverter decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) que a vetou dos Jogos após IAAF liberar sua participação como atleta independente

Por Amsterdã, Holanda

Yulia Stepanova durante sua participação, como atleta independente, no Europeu de Atletismo (Foto: Reuters)Stepanova em ação no Europeu deste ano, como atleta independente (Foto: Reuters)

Principal delatora do esquema de doping que suspendeu a Rússia de todas as competições internacionais do atletismo, incluindo a Olimpíada do Rio 2016, Yuliya Stepanova, especialista nos 800m, havia sido liberada para competir nos Jogos pela IAAF (Federação Internacional de Atletismo), mas foi vetada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), pelo fato de Stepanova ter sido flagrada em 2013 em um exame antidoping e suspensa por dois anos. Inconsolável, Stepanova pediu nesta segunda-feira uma revisão do caso e aguarda uma decisão que a permita disputar a Olimpíada, que começa daqui a 11 dias. A russa correria como atleta independente, sem bandeira.

- A decisão é injusta por se basear em declarações equivocadas e falsas. A IAAF havia louvado a contribuição de Stepanova à luta contra o doping e a autorizado a competir como atleta neutra - diz trecho do comunicado, assinado por Stepanova e seu marido, Vitaly Stepanov, ex-oficial da Agência Antidoping Russa (Rusada).

Yuliya e Vitaly foram os delatores que tornaram possível a reunião de evidências que provassem a dimensão do esquema para burlar o controle antidoping do atletismo do país. Após fornecer documentos e conceder entrevista à rede de televisão alemã ARD, que tornou as denúncias públicas, a atleta foi considerada "traidora" na Rússia e mudou-se para o exterior. A Agência Mundial Antidoping (Wada) a classificou como "corajosa" pelos riscos que assumiu ao expor a fraude. 

Stepanova foi suspensa por dois anos em 2013 após ter sido flagrada pelo uso de substâncias proibidas e perdeu a medalha que havia conquistado no Campeonato Europeu Indoor de 2011. Originalmente ela havia faturado o bronze, mas herdou a prata quando a ganhadora inicial, a compatriota Yevgeniya Zinurova, foi suspensa por apresentar resultados anormais em seu passaporte biológico.