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Polícia prende no Rio homem suspeito de ter ligações com grupos terroristas

Agentes detiveram o suspeito em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense

RIO - Um homem foi preso pela Polícia Federal (PF) suspeito de ligações com grupos terroristas no Rio. Identificado como Chaer Kalaoun, de 34 anos, ele foi detido pelos agentes por volta das 16h de quarta-feira em casa, no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e foi e levado para a Superintendência da PF, no Centro do Rio. Ele teria sido capturado após postagens em redes sociais serem monitoradas pelas autoridades.

Descendente de libaneses, Chaer, que é muçulmano, é brasileiro e trabalha com comércio, segundo informou ao GLOBO o advogado do suspeito Edison Ferreira. Ele não deu detalhes sobre o conteúdo publicado por Chaer na internet, mas informou que o acusado já morou no Líbano com parentes. O advogado nega o envolvimento do suspeito com terroristas.

— Ele não tem ligações com grupos terroristas e não fez nada de errado contra a sociedade — afirmou Ferreira, que acrescentou não ter dado mais detalhes do caso por ainda não ter tido acesso ao processo.

O advogado, que deixou a Superintendência da PF no início da madrugada desta quinta-feira, alegou que prisão preventiva foi decretada por um juiz federal do Rio. Ele relatou ainda que nenhum material foi apreendido na casa de Chaer.

Em maio de 2014, Chaer já havia sido preso por porte ilegal de arma de fogo. Três meses depois, ele conseguiu o direito de responder ao processo em liberdade com algumas condições: comparecimento bimestral à Secretaria do Cartório da Centrais de Penas e Medidas Alternativas (CPMA) pelo prazo de dois anos; não se ausentar da comarca por mais de 30 dias sem prévia comunicação à Justiça; não mudar de endereço sem comunicar à Justiça.

A prisão de Chaer Kalaoun foi determinada pela Justiça Federal do Rio depois de investigações da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) identificarem comunicações do rapaz na internet em que ele fazia apologia ao Estado Islâmico, postava fotos manuseando armas e trocava mensagens supostamente com ameaças de praticar atos terroristas durante os Jogos Olímpicos.

A família Kalaoun do Rio é muçulmana e tradicionalmente ligada ao comércio árabe do cidade. Ela tem lojas na Saara, no Centro. Apesar de muçulmano, ele não era praticamente e não frequentava mesquitas.

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