28/07/2016 11h19 - Atualizado em 28/07/2016 11h19

No AC, artesão muda de ramo e faz peças com pallets doados

Eurico Silva Garcia expõe seus produtos durante a Expoacre 2016.
‘Tudo que der para fazer eu faço’, conta artesão sobre uso do material.

Iryá Rodrigues e Yuri MarcelDo G1 AC

Artesão usa paletes doados para criar móveis e expõe produtos na Expoacre 2016  (Foto: Iryá Rodrigues/G1)Artesão usa paletes doados para criar móveis e expõe produtos na Expoacre 2016 (Foto: Iryá Rodrigues/G1)

Há seis anos vivendo no Acre, o imigrante português Eurico Silva Garcia, de 59 anos, trabalhava com limpeza de estofados, mas, ao ver os rendimentos caírem há aproximadamente um ano, resolveu procurar uma nova fonte de renda. A solução encontrada por ele foi virar artesão e criar peças feitas com pallets doados. Garcia garante que os móveis podem ser vendidos por um preço mais em conta e que são de boa qualidade.

“Quando alguma coisa começa a dar errado, temos que ver o que fazer para pagar as contas. Comecei a fabricar algumas peças para minha brincando. Alguns amigos que visitavam acharam interessante e me convenceram que iriam comprar. Então, criei entusiasmo e comecei a desenvolver esse trabalho”, conta.

Em uma loja de materiais de construção de Rio Branco, ele encontrou a matéria-prima que precisava. “É um material que seria descartado, então, eles liberam para quem quiser buscar. Por enquanto é assim, amanhã não sei”, salienta.

Peças decorativas, mesas, cadeiras e até uma tábua de passar que também funciona como cadeira e baú já foram fabricadas pelo português. A criatividade do imigrante parece não ter limites ao pensar nas possibilidades de utilização do material.

Artesão fabricou cadeira que pode se transformar em tábua de passar e baú (Foto: Iryá Rodrigues/G1)Artesão fabricou cadeira que pode se transformar em
tábua de passar e baú (Foto: Iryá Rodrigues/G1)

“Tudo que der para fazer eu faço. Quem imaginava que era fácil fazer um abajur com o material? No entanto, fiz uns abajures bonitos”, conta orgulhoso o artesão que diz ter aprendido o processo de fabricação sozinho. “Simplesmente eu faço, até aqui ninguém me ensinou nada”, diz.

As peças, expostas em um estande durante a edição 2016 da Expoacre, principal feira de negócios do Acre, variam de R$ 25 a R$ 600, preço de uma poltrona feita com pallets.

O expositor, porém, lamenta que o retorno durante as cinco primeiras noites do evento não tenha sido satisfatório.

“As pessoas não falam que não tem dinheiro, mas dá para entender que estão sem condições de comprar. Geralmente dizem que no fim da feira vêm comprar”, afirma.

A situação, contudo, não abala o imigrante e ex-limpador de estofados acostumado com as adversidades. “O importante é divulgar [o trabalho]”, finaliza.

Artesão diz tem aprendido sozinho a fabricar peças (Foto: Iryá Rodrigues/G1)Artesão diz tem aprendido sozinho a fabricar peças (Foto: Iryá Rodrigues/G1)

 

tópicos:
veja também