ÉPOCA conversou com Michel Temer logo após a cerimônia de posse no Senado. É a primeira entrevista exclusiva como presidente da República. "Finalmente se estabeleceu a segurança da continuidade para prosseguirmos no trabalho de recolocar o Brasil nos trilhos", diz.
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Temer havia pedido uma cerimônia de posse mais modesta a Renan Calheiros, presidente do Senado. Mas Renan e demais parlamentares insistiram para um ato mais forte. Embora não tenha dito que está aliviado pelo fim desse longo processo de impeachment, Temer pareceu genuinamente mais leve, menos sisudo.
Sobre o resultado da votação, Temer contou da sensação daquele instante. "Fiquei surpreso com a receptividade dos senadores e dos deputados", disse. E brincou: "Quase rasgaram meu terno!".
Por outro lado, ele sabe do tamanho do desafio. "Aumentou muito a responsabilidade, o peso de uma Presidência que se anuncia difícil", afirma.
Segundo o presidente, o Brasil entrou num novo momento. "É hora de tentar pacificar o Brasil", disse. "Agora se intensificaram as cobranças", Temer afirmou. "Tenho consciência do peso delas. O governo trabalhará para unir os brasileiros."
Do local da posse, enquanto falava com ÉPOCA, o novo presidente seguia para o Planalto, para uma última reunião ministerial antes de partir em viagem oficial à China. Temer diz que discutirá com os ministros a principal preocupação do novo governo: aprovar o teto para os gastos públicos. "É preciso adequar a peça orçamentária do próximo ano ao sucesso desse projeto", afirmou.