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Foto: CPDOCJB/Folhapress
Ao lado da mulher, Maria Thereza, e de Darcy Ribeiro (chefe da Casa Civil), Jango subiu ao palanque da Central do Brasil, no Rio, após as falas do então presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), José Serra, do governador de Pernambuco, Miguel Arraes, e do deputado Leonel Brizola. No evento organizado por entidades sindicais, o presidente, que era fazendeiro, defendeu a necessidade das chamadas reformas de base (agrária, bancária, administrativa, universitária e eleitoral), paradas no Congresso. O evento, transmitido ao vivo por rádio e TV para todo o país, reuniu cerca de 200 mil pessoas.
• CGT (Comando Geral dos Trabalhadores)
• PCB (Partido Comunista Brasileiro)
• FMP (Frente de Mobilização Popular)
• UNE (União Nacional dos Estudantes
• Militares pró-Jango
• Diversos intelectuais
Jango foi o 24º presidente brasileiro. Entrou no PTB a convite de Getúlio Vargas, do qual foi ministro do Trabalho. Foi vice-presidente nos governos de Juscelino Kubitscheck e Jânio Quadros, sucedendo a este último após sua renúncia. Foi deposto pelo regime militar em 1964.
Governador de Pernambuco, politicamente de esquerda, deu apoio às Ligas Camponesas e à criação de sindicatos. Para “não trair a vontade dos que o elegeram”, se recusou a renunciar, como propuseram os militares, e foi preso em 1º de abril. Libertado em 1965, exilou-se na Argélia.
Governador do Rio Grande do Sul entre 1959 e 1963, lutou com Jango pelas reformas de base. Tornou-se um dos líderes da Frente de Mobilização Popular, formada por CGT (Comando Geral dos Trabalhadores), UNE, Frente Parlamentar Nacionalista, oficiais militares, intelectuais e Miguel Arraes.
Ministro da Educação do governo do presidente Jânio Quadros e chefe da Casa Civil de João Goulart, foi um dos membros do governo a tentar organizar a resistência ao golpe. Na ditadura, teve os direitos políticos cassados e foi obrigado a se exilar no Uruguai.
Presidente da UNE na época, foi orador no Comício das Reformas. Às vésperas do movimento militar, a entidade emitiu um manifesto, denunciando o "golpe reacionário". Após a tomada do poder pelos militares, Serra deixou o País, em julho de 1964, exilando-se na França.
Iniciou sua militância sindical em 1948 e foi um dos principais articuladores do movimento Jan-Jan (Jânio e Jango para a Presidência). Tornou-se presidente do CGT, participando ativamente do Comício das Reformas. Foi exilado no Uruguai.
Foto: Domicio Pinheiro/Estadão Conteúdo
Foto: Folhapress
Como resposta ao comício da Central do Brasil e à “ameaça comunista” resultante da aproximação de Jango com a esquerda, cerca de 300 mil pessoas fizeram uma passeata no centro de São Paulo, no dia de São José. O objetivo era mostrar o descontentamento da sociedade conservadora e de setores ligados aos grandes empresários e latifundiários. Teve apoio do governador de São Paulo, Adhemar de Barros (representado pela esposa, Leonor), do governador do estado de Guanabara (Carlos Lacerda) e de Auro de Moura Andrade, presidente do Senado e do Congresso.
• Camde (Campanha da Mulher pela Democracia)
• União Cívica Feminina
• Fraterna Amizade Urbana e Rural
• Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo)
• Parte da Igreja
O governador de São Paulo, que derrotou Jânio nas eleições de 1962, participou ativamente das conspirações do golpe conta a "comunização do País", liderando ainda a Marcha da Família com Deus pela Liberdade contra Goulart. Foi cassado em 1966, após se voltar contra o regime militar.
O governador da Guanabara, que liderava a ala radical da UDN carioca, foi por anos defensor da intervenção militar no estado, opinião que publicava em seu jornal, “Tribuna da Imprensa”. Foi um dos líderes civis do golpe, mas depois se voltou contra a extensão do mandato de Castelo Branco.
Na presidência do Senado, fez oposição a Goulart e discursou na Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em São Paulo, organizada por entidades contrárias ao governo. Em sessão do Congresso na madrugada de 2 de abril, declarou vaga a Presidência da República, embora Jango estivesse no país.
O cardeal da Arquidiocese do Rio de Janeiro foi um dos organizadores da Marcha da Família com Deus pela Liberdade e pertencia ao grupo de bispos e arcebispos que se opunha ao “comunismo” e a Goulart, promovendo a “marcha da vitória” após o golpe.
Foto: Folhapress
Durante festa no Sindicato dos Metalúrgicos do Rio para comemorar os dois anos da Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais (considerada ilegal), 2 mil marinheiros e fuzileiros navais compareceram ao local liderados pelo cabo Anselmo, que fez um discurso inflamado a favor das reformas de base e da entidade, que tivera dirigentes punidos. O ministro da Marinha, Silvio Mota, mandou prender os organizadores, mas os fuzileiros enviados aderiram aos insubordinados. O episódio indicou que uma parte dos chefes militares estava descontente com Jango, que demitiu Silvio Mota logo depois.
• Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais (considerada ilegal)
Liderou a Revolta dos Marinheiros, que desencadeou o movimento contra o governo João Goulart. Depois do golpe, teria virado agente duplo, entregando parte dos companheiros de esquerda ao regime militar.
Apoiou a Revolta dos Marinheiros, a favor das reformas de base do governo Goulart, com a adesão dos fuzileiros. Após o golpe, asilou-se no Uruguai.
Foto: Arquivo/O Globo
Foto: Arquivo/O Globo
Em um lugar repleto de militares pró-governo, Jango defendeu novamente as reformas de base em discurso para sargentos no Automóvel Clube, no Rio. O objetivo do presidente era dar uma demonstração de força a quem o criticava pela postura assumida durante a Revolta dos Marinheiros.
Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
Como reação ao discurso de Jango, o general Olympio Mourão Filho dá início ao golpe durante a madrugada ao encaminhar suas tropas (antes do esperado pelos próprios conspiradores) de Juiz de Fora (MG) até o Palácio das Laranjeiras, no Rio, onde estava o presidente. Pela manhã, Jango envia duas tropas do Exército do Rio até Minas e deixa o chefe do gabinete militar, Assis Brasil, de sobreaviso. Enquanto isso, Amaury Kruel (comandante do 2º Exército de SP e ligado a Jango) muda de lado: por telefone, pede para o presidente dissolver a CGT e demitir ministros de esquerda. O presidente recusa. No caminho até Minas, a tropa carioca adere aos militares golpistas.
• Governo de SP
• Governo de MG
Deu início ao movimento de tropas que afastou Goulart da Presidência com a “Operação Popeye”, em referência ao seu cachimbo, saindo de Juiz de Fora rumo ao Rio de Janeiro para barrar as forças legalistas. Depois se afastou do regime, fazendo críticas a Castelo Branco.
Chefe da Casa Militar, acompanhou Goulart ao exílio e foi preso no Forte de Jurujuba (RJ). Tinha controle sobre o chamado “dispositivo militar”, nome dado ao suposto esquema montado por militares ligados a Jango e colocados no alto comando para defendê-lo em caso de golpe.
Comandante do 2ª Exército, em São Paulo, foi ministro de Guerra de Jango. Mobilizou suas tropas para apoiar o golpe, mas, antes, teria proposto a Goulart a extinção do CGT e demitisse ministros de esquerda, com o que o presidente não concordou.
Eleito governador de MG em uma coligação liderada pela UDN, envolveu-se nas articulações para a derrubada de Goulart, tendo se encontrado com militares mineiros. Também participou das negociações para a escolha de Castelo Branco. Foi um dos subescritores do AI-5.
Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
O Forte de Copacabana é tomado pelos militares golpistas que defendem o Palácio da Guanabara (casa do governador oposicionista Carlos Lacerda). No Recife, o governador Miguel Arraes é preso e, no Rio, a sede da UNE é incendiada. Jango é aconselhado a ir para Porto Alegre, onde é recebido por Brizola. Enquanto isso, os EUA, por meio do embaixador Lincoln Gordon, preparam a Operação Brother Sam: caso o golpe não vingasse, o Brasil seria invadido por uma poderosa frota da marinha americana vinda do Caribe em direção ao Rio.
• EUA
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil no governo John Kennedy pediu apoio logístico caso o golpe não se efetivasse, acionando a Operação Brother Sam. Com o golpe, apressou-se para obter do presidente Lyndon Johnson o reconhecimento do novo regime antes mesmo de Goulart dirigir-se ao exílio no Uruguai.
Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
O presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, convoca durante a madrugada uma sessão extraordinária no Congresso para oficializar o golpe. Ele ignora a informação passada por Darcy Ribeiro de que Jango está no Brasil e declara vaga a presidência da República. Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara dos Deputados, vira presidente interino, e o general Costa e Silva envia um comunicado aos militares se autonomeando comandante-em-Chefe do Exército.
Presidente da Câmara dos Deputados, assumiu a Presidência interina na ausência de Jango do País, após a renúncia de Jânio Quadros, quando foi aprovada a emenda do parlamentarismo. Também assumiu após o golpe, facilitando a fundamentação política e constitucional do golpe.
Liderava a linha dura das Forças Armadas e participou ativamente do golpe contra Goulart, assumindo o Ministério da Guerra após sua queda. Em 1966, foi eleito presidente pelo Congresso pela Arena. O AI-5 foi baixado durante seu governo.
Foto: Domício Pinheiro/Estadão Conteúdo
Foto: CPDOC/GV
Ao lado da família e do chefe do gabinete militar Assis Brasil, João Goulart se esconde em São Borja (RS). No dia 4, partem para o Uruguai. Anos depois, Jango se mudaria para a Argentina, onde morreria em 1976, de ataque cardíaco. Em novembro de 2013, seu corpo foi exumado pela Comissão da Verdade para se determinar se sua morte foi ocasionada por envenenamento. Seus restos mortais, dessa vez, foram enterrados com honras de chefe de Estado.
Foto: Arquivo/O Globo
Costa e Silva edita o Ato Institucional nº 1 (AI-1). Ele permite a cassação de mandatos e a suspensão de direitos políticos. Também são marcadas eleições indiretas em dois dias para Presidência e vice-presidência da República.
Foto: Arquivo/O Globo
Em um Congresso Nacional com diversas baixas devido a cassações e prisões, Costa e Silva anuncia o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco como o novo presidente. Com mandato definido até dezembro de 1966, o general criou em seu governo o SNI (Serviço Nacional de Informações) e outros três Atos Institucionais. Os militares só deixariam o poder em 1985 e o Brasil só teria uma outra eleição direta em 1989.
Na Escola Superior de Guerra, exerceu influência nas ideias que culminaram com o golpe de 64 e se encarregou da parte política do golpe. Acabou sendo o nome de consenso para ocupar o lugar de primeiro presidente pós-golpe.
Braço direito do presidente Castelo Branco, pregava o alinhamento do Brasil com as potências ocidentais. Assumiu a direção do Ipes (Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais), tendo papel de destaque no movimento golpista. Foi um dos professores da Escola Superior de Guerra e estudioso da geopolítica.
Integrava o grupo militar conhecido como "Sorbonne", ligado à Escola Superior de Guerra. Após o golpe, foi nomeado chefe da Casa Militar, e eleito presidente em 1972, articulando a abertura política.
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