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Torto e sem "cérebro", São Paulo mostra futebol de Série C; veja análise

Tricolor não rende no esquema 4-1-4-1 e sente falta de uma peça para criar jogadas de ataque na derrota para o Juventude, que disputa a Terceira Divisão do Brasileiro

Por São Paulo

 



Perder em casa para um clube que disputa a Série C do Brasileiro era o que faltava para mergulhar o São Paulo de vez em uma nova crise. As vaias vindas das arquibancadas em um Morumbi quase vazio foram justas. As mudanças feitas pelo técnico Ricardo Gomes para enfrentar o Juventude em nada modificaram o péssimo momento da equipe. O Tricolor se complica na Copa do Brasil e dá sinais de que os problemas não estão apenas dentro de campo.

O esquema 4-1-4-1 trouxe ao São Paulo um domínio de jogo enganoso. Como esperado, o Juventude jogou fechado na defesa e permitiu que o Tricolor controlasse a partida. Mas ter a bola não significa ser eficiente. O time se concentrou em atacar pelo lado esquerdo. Foi previsível demais com Carlinhos e Cueva bastante burocráticos. 

São Paulo posicionado no esquema 4-1-4-1 na derrota para o Juventude (Foto: GloboEsporte.com)São Paulo posicionado no esquema 4-1-4-1 na derrota para o Juventude (Foto: GloboEsporte.com)


E poderia piorar: Denis falhou no gol de Roberson e apertou o "play" das vaias da torcida. Bruno e Kelvin pela direita nada fizeram. Thiago Mendes e Hudson não conseguiram se infiltrar pelo meio na forte marcação gaúcha. O jeito foi insistir novamente pela esquerda. De tanto tentar, Carlinhos acertou um cruzamento para Chavez empatar.

 


O belo passe fez Carlinhos, já não muito querido pela torcida, pedir apoio na beirada do campo. Foi xingado e passou a ser vaiado a cada toque na bola. Assista no vídeo abaixo:

 


Ricardo Gomes colocou Michel Bastos na vaga de João Schmidt no intervalo para dar mais força ofensiva ao time. De novo, o Tricolor ficou torto pela esquerda e continuou muito pouco produtivo. Era como se não existisse outra forma de chegar ao gol. Michel logo de cara teve uma boa oportunidade para virar, mas, livre na área, bateu para fora.

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Procura-se um cérebro
O time sentiu a falta de alguém para criar lances de ataque. Alguém como Ganso para pensar e encontrar espaços. Na correria, não deu. Cueva, muito mal, mais atrapalhou do que ajudou. A solução foi apostar em mais cruzamentos para Chavez e depois Gilberto. Foram 27 bolas levantadas para a área adversária, 50 cruzamentos no total. Sim, cinquenta!

 



O desespero bateu quando o árbitro Wilton Pereira Sampaio marcou um pênalti inexistente de Thiago Mendes em Lucas. O Juventude voltou a ficar em vantagem, aumentou a fúria da torcida e se defendeu muito bem para segurar o 2 a 1.

Na saída de campo, os jogadores do São Paulo deram recados de que o clima não é dos melhores. O Tricolor precisará de uma melhora técnica e no ambiente do elenco para não ser eliminado na Copa do Brasil, dia 21 de setembro. Ricardo Gomes tem um mês para achar um time ideal e não se complicar também no Campeonato Brasileiro.