Edição do dia 22/08/2016

22/08/2016 21h24 - Atualizado em 22/08/2016 21h24

Morre no Rio aos 60 anos o jornalista Geneton Moraes Neto

Ele comandava o programa Dossiê da GloboNews.
Geneton tinha mais de quatro décadas de jornalismo.

Morreu nesta segunda-feira (22) no Rio, aos 60 anos, o jornalista e escritor Geneton Moraes Neto. Ele tinha um aneurisma na artéria aorta e estava internado desde maio.

Jornalismo: essa era a força que movia o pernambucano Geneton Moraes Neto desde muito cedo. Aos 16 anos ele pegou o bloquinho de papel e foi atrás de Caetano Veloso. Caetano tinha acabado de chegar do exílio e ia se apresentar no Recife. Esta foi uma das primeiras das muitas entrevistas com personalidades em quatro décadas de carreira.

Presidentes da República, astronautas, ganhadores do Prêmio Nobel. Quem era entrevistado por Geneton não escapava de suas perguntas objetivas, duras e ácidas - se preciso fosse.

Geneton Moraes Neto começou no jornalismo impresso no “Diário de Pernambuco”. Depois na sucursal Nordeste do “Estado de S.Paulo”, sempre como repórter.

Passou uma temporada em Paris. Trabalhou como camareiro, motorista, e estudou cinema na universidade Sorbonne.

De volta ao Brasil, foi editor e repórter da Rede Globo Nordeste, e depois na Rede Globo Rio.

Foi editor executivo do Jornal da Globo e do Jornal Nacional, correspondente da GloboNews e do jornal “O Globo” em Londres, repórter e editor-chefe do Fantástico.

Na GloboNews estava à frente do programa Dossiê.

Geneton também era escritor: publicou 11 livros de reportagem e entrevistas. E seguiu o caminho dos documentários. O mais recente sobre Glauber Rocha.

Na redação de programas especiais da GloboNews, Geneton Moraes Neto o passou seus últimos anos, escreveu seus últimos textos e exercitou o que sempre foram as grandes paixões de sua vida: a palavra, a reportagem, o jornalismo.

Aliás, Geneton certa vez disse: “Todo profissional precisa de uma bandeira. Escolhi uma: fazer jornalismo é produzir memória. De certa forma, é o que me move”.