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Do abismo à quarta final consecutiva: a superação do Brasil nos Jogos

Depois de ter demorado a soltar seu jogo no torneio, e de se ver à beira da eliminação na primeira fase, seleção reage, supera problemas físicos e briga por mais um ouro

Por Rio de Janeiro

Num estalar de dedos o Brasil passou de favorito a quase eliminado. A preocupação que havia começado às vésperas da estreia com a notícia da lesão de Maurício Souza, só fez aumentar. As noites mal dormidas se repetiram depois de duas derrotas seguidas no Grupo da Morte. Caiu primeiro para os EUA, que ganhou sobrevida depois daquele jogo. Perdeu depois para a Itália, numa partida em que outra vez criou oportunidades, mas não teve calma para transformá-las em vitória. Entrou na última rodada da fase de classificação tendo que ganhar da França num confronto direto pela quarta vaga da chave. Se perdesse, voltaria 48 anos no tempo, igualando a pior campanha da história: o nono lugar na Cidade do México 1968. Vivia um pesadelo, mas conseguiu acordar na hora certa. Depois de conversas com a comissão técnica e entre os jogadores, depois do pedido de Serginho para que lutassem por ele, a atitude mudou. Derrubou Ngapeth & Cia. e voltou a sonhar com o ouro, que estará em disputa neste domingo, às 13h15, no Maracanãzinho. 

Brasil vôlei rio 2016 (Foto: Divulgação FIVB)Brasil ganha nova chance de conquistar o ouro nos Jogos (Foto: Divulgação FIVB)


Dali em diante, o caminho foi se abrindo. O peso desnecessário que carregavam, de acordo com Bruninho, foi saindo dos ombros. A seleção fugiu do sorteio, enfrentando a Argentina, que havia avançado em primeiro no Grupo B. Passou pelos hermanos, mesmo tendo perdido durante o jogo Lucarelli e Lipe. A equipe se unia para suprir a falta deles e avançar às semifinais. E rezava para que tivesse boas notícias quando chegasse ao vestiário. Lucarelli deixou a quadra chorando temendo que a dor na coxa direita fosse tirá-lo da Olimpíada. Lipe, com uma contratura na região lombar, também ficou preocupado.

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Os exames não revelaram lesões graves e nenhum dos dois pensou em ficar fora da partida com a Rússia. Lucarelli estava com dores ainda, mas se jogou em cada bola. Sem medo. O sacrifício valeu a pena. Os campeões olímpicos e carrascos de 2012 não resistiram a uma atuação impecável da seleção. Com um lugar no pódio garantido, houve  quem chorasse. Aos 40 anos, Serginho estava de novo numa decisão. A quarta seguida. Assim como Bernardinho. Feito nunca alcançado por nenhum outro país no torneio. 

No abraço no centro da quadra, uma voz pronunciava uma palavra que virava aquela página: "Itália!". O adversário deste domingo tem mostrado uma consistência que surpreendeu alguns jogadores. Conta com um trio ofensivo de respeito, formado por Zaytsev, Juantorena e Lanza. Depois de 12 anos, vive um sonho de voltar a ser finalista. A última havia sido exatamente contra o Brasil, em Atenas 2004. E os italianos não conseguiram ganhar a cor da medalha que falta. Tem duas pratas (Atlanta 1996 e Atenas 2004) e três bronzes (Los Angeles 1984, Sydney 2000 e Londres 2012).  

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Se eles querem porque querem a primeira dourada, a seleção quer a terceira para a sua coleção. Após a de Barcelona 1992, houve um jejum de 12 anos até que outra, igualzinha, fosse colocada no peito. Na sequência, bateu na trave duas vezes: em Pequim 2008 e Londres 2012. Em casa, também depois de 12 anos, pode voltar ao topo. O que seria o fim perfeito para a trajetória de alguns e um começo e tanto de uma nova fase para outros.

Para que o desfecho seja aquele que todos imaginam, Bernardinho diz que será preciso jogar com inteligência. Da mesma forma que fizeram contra a Rússia. Em sua nona Olimpíada (duas como jogador, uma como assistente), o técnico soma agora sete pódios. Desde Atlanta 1996, quando ainda comandava o time feminino, não sai dele.

- A Itália vem num nível de com confiança, jogando um voleibol de primeiríssima linha. Na minha opinião nesse momento é a grande favorita. Jogou uma partida incrível contra os EUA, mostrou caráter, determinação, reverteram um resultado impressionante, depois de perder o terceiro set de uma forma muito ruim. A gente vai ter que suportar a pressão do saque deles e ser contínuo, não enfrentar o bloqueio, não alimentar onde eles são melhores. 

01

a campanha do brasil

07/08 - Brasil 3 x 1 México 
09/08 - Brasil 3 x 1 Canadá
11/08 - Brasil 1 x 3 EUA
13/08 - Brasil 1 x 3 Itália
15/08 - Brasil 3 x 1 França
17/08 - Brasil 3 x 1 Argentina
19/08 - Brasil 3 x 0 Rússia 
21/08 - Brasil x Itália