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O silêncio é a pior estratégia para Bel Pesce

O silêncio é a pior estratégia para Bel Pesce

Após a polêmica hamburgueria "Zebeléo", blogueiro publicou um texto com acusações sérias à empreendedora e palestrante. Bel deveria falar

BRUNO FERRARI
01/09/2016 - 18h12 - Atualizado 31/10/2016 17h56
Bel Pesce (Foto: Fabiano Accorsi/ÉPOCA)

O caso da hamburgueria Zebeléo, que usou um site de financiamento coletivo de forma inoportuna, poderia ser apenas um erro de estratégia numa trajetória de sucesso. Um tropeço capaz de gerar mais uma história inspiradora de aprendizado à empreendedora e palestrante Bel Pesce. Para quem não a conhece, uma rápida apresentação: Bel, a “Menina do Vale”, escreveu livros e tem uma legião de fãs e seguidores nas redes sociais que buscam lições de empreendedorismo. Ela estudou no conceituado MIT, nos Estados Unidos. Em suas palestras, entrevistas e redes sociais, diz que participou da fundação de diversas empresas. Também foi responsável por projetos desenvolvidos em companhias como Microsoft e Google. Recentemente, ÉPOCA falou um pouco de sua história numa reportagem que retratava jovens brasileiros de até 30 anos que estavam se destacando no país.

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Só que seus feitos foram colocados em xeque por um texto publicado pelo blogueiro Izzy Nobre, que você pode ler no Medium. Deixando de lado o tom agressivo e algumas conclusões precipitadas, há algumas acusações bastante sérias no texto. As mais graves mostram que Bel não seria responsável por muito do que ela costumava contar em suas palestras e entrevistas.

Para citar um exemplo, Bel sempre se apresentou como fundadora de um serviço chamado Lemon Wallet, uma carteira digital, que foi comprada em 2013 por dezenas de milhões de dólares. O texto de Nobre apontava para o fato de que não havia menção a Bel entre os fundadores em textos publicados fora do Brasil. Ontem (31), o fundador da Lemon, Wences Casares, reforçou a suspeita. Disse, no Twitter, que a empresa foi fundada em 2011, mas que Bel só trabalhou na empresa entre março e dezembro de 2012.

Em seu Twitter, criador da Lemon esclarece que Bel Pesce entrou para a empresa só depois da fundação (Foto: Reprodução / Twitter)

Tentamos entrar em contato com a Bel via e-mail, mas não obtivemos resposta. Outros colegas chegaram a falar com a assessoria de imprensa, que respondeu apenas que Bel tomaria as medidas jurídicas cabíveis. No Facebook, ela publicou um texto enigmático, atribuindo as críticas que recebeu a haters. Disse que apresentará documentos em sua volta para o Brasil, mas não esclareceu sequer a série de postagens de Wences Casares.

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O silêncio de Bel é uma estratégia errada. Ela deveria saber que a mesma dinâmica das redes sociais que a colocou no olimpo do empreendedorismo do Brasil pode tirá-la de lá. A gravidade das acusações e a sede por sangue da “era da grosseria” não dão espaço para mensagens lacônicas e ameaças de processo. É um erro também atribuir as críticas e indagações a pessoas que guardam um sentimento de ódio por ela. “Fomos expostos a alguns fatos, dos quais muitos fizeram sentido. Toda figura pública está sujeita a isso. Esses fatos fazem toda diferença para alguém que "vende empreendedorismo"", escreveu Gabriella Valavicius no Facebook. Em respeito a seus fãs e seguidores, Bel já deveria ter esclarecido os fatos.

Texto publicado por Bel no Facebook (Foto: reprodução/Facebook)







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