Muitos voos na ponte aérea entre Rio e São Paulo. Dezenas de cenas para gravar. Um turbilhão de emoções. Esta foi a rotina de Sergio Guizé na eletrizante reta final de Êta Mundo Bom!, que chega ao fim nesta sexta-feira (26/8). Ainda assim, entre uma sequência decisiva e outra da trama, ele conseguiu um espacinho na agenda lotada para bater um papo exclusivo com o Gshow. O sempre simpático ator paulista, que encantou um Brasil – segundo ele – cheio de "Candinhos" ao viver o protagonista caipira no estrondoso sucesso de Walcyr Carrasco, abriu seu coração para o repórter enquanto fazia um balanço de seu trabalho na telinha. Guizé revelou o que emprestou de si para o personagem ao longo de sete meses de novela, traçou um paralelo do triunfo do folhetim com a atual crise no país e também aproveitou para refletir sobre a fama gigante que a TV lhe proporcionou. "Se o glamour me procurou, eu não percebi. Mas gostaria e por que não?", ameniza.
A reação do público não deixa dúvidas: Candinho disse a que veio! Sergio Guizé concorda. "Plantamos uma semente de amor e esperança no coração de todas as classes, idades, cores e sabores", crê o brilhante ator de 36 anos, que ainda compartilha seus momentos mais marcantes na novela e garante: "Quando a cena passa, viro espectador, embarco e me emociono, mas estou longe de ser perfeccionista!" Confira a entrevista na íntegra:
Candinho encantou com sua pureza, simplicidade e sabedoria popular. Mesmo nestes tempos atuais de profusão tecnológica, você consegue enxergar outros exemplares dele andando por aí?
Acredito e sempre acreditei. Na primeira vez que li o texto da novela me lembrei dos "Candinhos" que passaram pela minha vida e imaginei os que ainda poderiam passar. Penso que a tecnologia não consegue corromper esses corações.
Além do instrumento corporal, você emprestou algo seu para o personagem? O que aprendeu com ele?
Acho que emprestei ou procurei buscar meu lado mais "colorido", mais solar, mais leve, mais otimista. E tive um retorno rápido, pois do Candinho ganhei muitas coisas, na vida e na arte. Principalmente, o presente de olhar o mundo com os olhos de criança, ver o lado bom primeiro e sempre escolher ou oferecer o caminho mais bonito para solucionar as questões desse mundão de meu Deus (risos).
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Na sua opinião, por que 'Êta Mundo Bom!' conseguiu agradar tanto o público?
Muita energia boa envolvida! A trama foi construída genialmente pelo querido Walcyr Carrasco, homem de extraordinário talento e que sabe tocar o público, e conduzida por um artista nato, nosso amado mestre "sabe tudo", Jorge Fernando. Com mãos de anjo, o Jorginho uniu e comandou elenco, produção e equipe. Todos nós estamos comprometidos e completamente apaixonados por essa história que chegou num momento em que o mundo precisa de paz. O Brasil está uma bagunça, falta honestidade, respeito e tolerância. Essa novela tem personagens carismáticos e bem definidos dentro da simplicidade, querendo ser telenovela mesmo, feita para o povo brasileiro. De alguma forma, num pedacinho do dia, estamos plantando uma semente de amor e esperança no coração de todas as classes, idades, cores e sabores.
Você é um ator ao qual a gente assiste e logo tem a impressão de estar dentro de você. É autocrítico quando vê a si mesmo atuando?
Quando a cena passa viro espectador, embarco e me emociono. Quando me assisto e identifico algo fora do "tom", principalmente da minha personagem, é a chance que tenho de polir e melhorar o trabalho, mas longe de mim ser perfeccionista!
Candinho viveu uma montanha russa de emoções ao longo da novela. Qual cena mais te tocou fazer?
Muitas cenas emocionantes, encontros e desencontros, sorrisos, lágrimas... As cenas com a Filó e com o bebê foram especiais e agradeço a parceria da minha querida amiga Débora Nascimento. Mas a cena do reencontro de Candinho com a mãe, Anastácia (Eliane Giardini), foi a mais difícil e a que mais me tocou (reveja acima). Foi amor puro e sabíamos da importância. Não posso esquecer os outros atores que estavam em cena fomentando de sentimentos a ação: o Marco Nanini (Pancrácio), por exemplo, JP Rufino (Pirulito), Rosi Campos (Eponina)... Como é bom trabalhar com eles! É um privilégio, uma honra, uma escola.
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Qual final você sonha para o Candinho na trama?
Gostaria muito que o Candinho fosse recompensado depois de tudo de bom que emanou e de que sofreu. Que ele fique muito feliz ao lado de seu amor e filhos. Famílias reunidas, cidade e campo, morro e asfalto, junto e misturado. Acredito na redenção dos vilões e que todos possam viver democraticamente, em paz e harmonia. Aproveito para agradecer a oportunidade de dar vida a um personagem tão lindo, tão humano e artístico, que ajudou a contar uma história muito importante socialmente. Isso só foi possível graças ao apoio e à comunhão desse elenco maravilhoso e dessa equipe de produção e direção talentosíssima.
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Você faz um sucesso atrás do outro na TV. Como consegue manter o pé no chão?
Procuro sempre mergulhar na personagem e extrair o máximo de humanidade para transformar em algo palpável artisticamente, que naturalmente me muda como homem. Sempre foi assim, de dentro para fora. Eu preciso disso. Preciso acreditar muito para que o outro, colega de cena ou espectador, embarque e acredite também. Isso dá um trabalhão e demanda tempo. Então, penso que se o glamour me procurou, eu não percebi. Mas gostaria e por que não?
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