Valeu - e muito - o esforço. Enquanto os adversários seguiam correndo após cruzar a linha de chegada, João Vitor Oliveira estava estatelado na pista do Engenhão. A "queda" no entanto, era resultado de um movimento proposital. Já perdendo equilíbrio na terceira bateria classificatória dos 110m com barreiras, o brasileiro deu um "mergulho" no fim (confira no vídeo acima). E a tentativa desesperada teve grande valor. Cravou 13s63, sua melhor marca na temporada, e avançou às semifinais com o quarto lugar na tomada de tempo. O roteiro de Éder Souza foi menos cinematográfico, mas igualmente valoroso. Dois centésimos mais veloz do que o compatriota, ele também avançou na Olimpíada do Rio, com a última vaga da última bateria.
- É a necessidade. A gente vê a oportunidade e tem que fazer alguma
coisa diferente. Tenho feito isso já nos últimos cinco anos. Se falar
que saio pensando nisso, é mentira. Já tive fratura de pé, de costela,
mas são os Jogos Olímpicos no meu país. Não tenho tempo a perder. Tive
um ralado no joelho que nem vi com o sangue quente. A chuva ajudou. Caí
um pouco antes da linha e, como estava molhado, deslizou. Se estivesse
seco, podia ter levado a pior - disse João.
O mais veloz da noite foi o jamaicano Omar McLeod, que cravou 13s27
ainda na primeira bateria, antes da chuva se intensificar. No geral,
Éder teve o 16º tempo, enquanto João foi o 18º. As semis estão marcadas para esta terça-feira, às 20h40 (horário de Brasília). A disputa por medalhas será duas horas mais tarde, às 22h45, e encerrará o programa de eventos da sessão noturna.
A bateria de João das Barreiras, como ficou conhecido após boa campanha
no Mundial de Pequim, no ano passado, foi a primeira disputada após a
interrupção das competições no estádio olímpico. Após a segunda bateria,
a chuva estava tão forte que a organização decidiu suspender a
programação temporariamente até que o clima melhorasse.
Ao ter o nome anunciado no telão, João foi muito aplaudido pela torcida. Na largada ficou para trás, mas não perdeu o foco e seguiu recuperando posições. A dez metros do fim, fez um esforço tão grande que se desequilibrou completamente. Antes de tombar, deu o impulso para o "mergulho". Na pista molhada, caiu. Quando olhou para o telão, veio a recompensa. Seu nome estava em quatro lugar na lista, o suficiente para garantir uma vaga nas semifinais.
Esta não foi a primeira vez que João das Barreiras usou do artifício. O "peixinho" também foi dado na semifinal do Mundial de Pequim, em agosto do ano passado. Na ocasião, ele não conseguiu passar à final. Mas despediu-se do Ninho do Pássaro com o 18º lugar geral, o que representou uma enorme evolução, visto que seu tempo de balizamento no início da competição era apenas o 40º.
Éder entrou no estádio já com a torcida empolgada pelo esforço de João. Também gastou toda energia que tinha para se esticar ao máximo nos metros finais. Fez 13s61, melhor tempo nesta temporada, e levou a quarta e última vaga da quinta bateria. Foi a última das 22 vagas distribuídas para as semifinais.
- Gostei muito. Eu treinei muito para estar aqui. Não foi o tempo que eu vinha treinando, que eu gostaria de ter feito, mas foi o que me colocou na semifinal. A chuva é para todo mundo. Se você estiver bem preparado, tem que fazer seu melhor independentemente de estar chovendo. Minha expectativa era fazer abaixo de 13s46, que é o melhor tempo da vida - disse Éder.
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