Jairo Bouer

Mais redes sociais, menos sexo

Mais redes sociais, menos sexo

Jovens que usam aplicativos de relacionamentos estão fazendo menos sexo do que seus pais faziam

JAIRO BOUER
22/08/2016 - 08h00 - Atualizado 26/10/2016 16h11

A geração dos jovens que usam aplicativos para encontrar sua cara-­metade está fazendo menos sexo do que seus pais faziam. Pelo menos, parte deles! Segundo uma nova pesquisa, 15% dos americanos de 20 a 24 anos não têm um parceiro sexual desde que saiu da adolescência.

O estudo, realizado pela Florida Atlantic University e publicado pelo periódico Archives of Sexual Behaviour, vai contra a ideia geral de que essa é a geração com maior número de parceiros sexuais da história, dada a facilidade dos encontros e a popularidade dos aplicativos. Entre os pais desses jovens, nascidos nos anos 1960, apenas 6% não faziam sexo aos 20 anos. A última geração nos Estados Unidos com uma frequência de sexo tão baixa foi a nascida nos anos 1920, que completou sua maioridade em plena Segunda Guerra Mundial.

No Reino Unido, imagina-se que o padrão seja semelhante. Alguns indicadores, como a taxa de gestação nas jovens, que atingiu recentemente o nível mais baixo desde 1969, também sugerem que uma parcela dessa população está fazendo menos sexo. Em parte, isso pode ser explicado pelo maior tempo que eles passam em suas redes sociais, isolados em seus quartos, em vez de interagir na rua.

É possível que, mesmo com a maior autonomia em sua vida sexual e tendo aplicativos que facilitam encontros, uma parte desses jovens adultos prefira esperar o parceiro ideal aparecer, para, então, se engajar em relações mais duradouras. Para outros, a vida virtual pode ser mais segura, menos ameaçadora e menos demandante do que a real. Assim, é preferível estar nas redes sociais que embaixo dos lençóis.

Para essa parcela dos mais novos que decidiu tocar sua vida íntima de forma mais solitária, outro estudo divulgado recentemente traz boas notícias. Uma revisão de mais de 800 trabalhos científicos mostra que a vida para os solteiros convictos também tem lá suas vantagens. Para os pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, quem está só tende a crescer mais em termos pessoais, buscar ocupações que fazem mais sentido para sua vida e passar mais tempo com amigos, colegas e parentes. O resultado foi apresentado na convenção anual da Associação Americana de Psicologia.

Os autossuficientes parecem enfrentar menos emoções negativas e mostrar mais resiliência para lidar com eventuais dificuldades. Bom lembrar que hoje mais da metade da população adulta americana está solteira ou descasada. No Brasil, segundo o IBGE, em 2013, 49% estavam solteiros e 6% divorciados.

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