29/08/2016 11h10 - Atualizado em 29/08/2016 14h58

Interrogatório de Dilma no Senado: Kátia Abreu pergunta

Senadora defendeu o governo da presidente afastada.
Dilma falou sobre o Plano Safra e a instabilidade política.

Do G1, em São Paulo

Kátia Abreu (PMDB-TO), a primeira senadora a falar no interrogatório da presidente afastada Dilma Rousseff nesta segunda-feira (29), não fez perguntas e pediu para que ela comentasse o "ataque político" que vem sofrendo. Ex-ministra da Agricultura de Dilma, Kátia fez uma defesa do governono início do seu discurso no Senado. "Não votei na senhora em 2010, mas em 2014 tive certeza do seu compromisso com o país", afirmou a senadora.

 

(Acima, veja vídeo com a íntegra da pergunta e, abaixo, a resposta)

"Não tenho dúvida que esse impeachment é uma conspiração nasceu da vingança sórdida de Eduardo Cunha e ganhou forma na ganância sem limites de um pequeno grupo pelo poder. Senhora presidente, não tenho perguntas, peço apenas que a senhora fale para esse plenário e para a história sobre o ataque político que lhe tem como alvo, mas que terá como vítima a democracia brasileira", disse Kátia.

Dilma Rousseff
Dilma disse que o processo de impeachment trará instabilidade política.

"O presidencialismo vai exigir que nós tenhamos base para pedir impeachment. Na minha fala, eu disse que haverá precedente. É grave porque atingirá outros presidentes da República. Mas, sobretudo, é grave porque atingirá governadores e prefeitos eleitos agora, a partir de agora. Sem base em questões juridicamente fundadas, será possível afastar governantes das suas funções. Se isso não é instabilidade política, eu acredito que poucas coisas são", afirmou Dilma.

A presidente afastada afirmou que é necessário ter embasamento jurídico para o impeachment; caso contrário, a crise, em vez de acabar, vai se ampliar e virar uma crise "quase estrutural".

"Nenhum contrato fica a salvo a partir daí", afirmou.

A presidente também falou sobre o Plano Safra e a subvenção à agricultura. "No período final, antes do início do governo Lula, os recursos eram bastante exíguos, algo como R$ 2,5 bilhões. Este ano, estamos acima de R$ 200 bilhões. O que me espanta é que ao longo desse processo todas as relações estabelecidas entre os diferentes ministérios, o conselho monetário, sempre foram as mesmas. Tratava-se de subvencionar o crédito a milhões de agricultores", disse Dilma.

"Sem sombra de dúvida, se há um setor no Brasil que primou por altos e elevados índices, não só de produção de riqueza, mas também de produção de ganhos, não só econômicos, mas também em termos de reservas cambiais para o nosso país, foi esse setor. A agricultura familiar também deu a sua grande contribuição com a nossa segurança alimentar. Assim, é algo muito estranho que de repente esses métodos e esse processo sejam questionados, transformando operações que estão previstas na lei em operações de crédito", disse Dilma.

 

 

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