France Presse

30/08/2016 01h52 - Atualizado em 30/08/2016 20h27

Congresso da Colômbia aprova plebiscito sobre paz com Farc

A proposta foi aprovada por 71 votos, contra 21.
Governo fixou consulta popular para o dia 2 de outubro.

Da France Presse

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, assina decreto em que convoca oficialmente o plebiscito sobre acordo de paz com as Farc (Foto: Colombian Presidency/Handout via REUTERS)O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, assina decreto em que convoca oficialmente o plebiscito sobre acordo de paz com as Farc (Foto: Colombian Presidency/Handout via REUTERS)

Apoiado por ministros e legisladores, o presidente Juan Manuel Santos assinou nesta terça-feira (30) o decreto que pede aos colombianos que se pronunciem sobre o acordo alcançado na semana passada em Havana com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, marxistas), o qual os setores de direita se opõem.

"Esperamos, é claro, que deem o 'sim' a este acordo, para enterrar definitivamente meio século de guerra", disse Santos, um político de centro-direita que fez da pacificação da Colômbia o mote de seu mandato, para o qual foi eleito em 2010 e reeleito em 2014.

O Congresso da Colômbia autorizou, nesta segunda-feira (29), o presidente a convocar o plebiscito para referendar o acordo de paz com a guerrilha das Farc, que põe fim a um conflito armado de 52 anos.

"A plenária do Senado da República (...) aprova a intenção do senhor presidente da República (...) de convocar o plebiscito para referendar o Acordo Final" entre o governo e as Farc", afirmou Gregorio Eljach, secretário-geral da Câmara Alta. A proposta foi aprovada por 71 votos, contra 21.

O governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) alcançaram na semana passada um histórico acordo de paz, cujo texto foi entregue na quinta-feira (25) passada ao presidente do Congresso para a convocação do plebiscito.

A Corte Constitucional deu seu aval, em julho passado, ao projeto aprovado no Congresso que estipula o plebiscito como mecanismo de referendo do acertado pelas partes.

O tribunal ratificou que o acordo de paz poderá ser aprovado com 4,4 milhões de votos positivos - 13% do total de eleitores - desde que o votos negativos não sejam maioria.

O comandante das Farc Iván Marquéz (esquerda) e o chefe da delegação de paz colombiana Humberto de la Calle (direita) apertam as mãos nesta quarta-feira (24) em Havana, Cuba, após assinarem o acordo definitivo de paz na Colômbia (Foto: YAMIL LAGE / AFP)O comandante das Farc Iván Marquéz (esquerda) e o chefe da delegação de paz colombiana Humberto de la Calle (direita) apertam as mãos em Havana, Cuba, após acordo de paz na Colômbia (Foto: Yamil Lage / AFP Photo)

O governo convocou oficialmente a consulta para o dia 2 de outubro. A pergunta que deverá ser respondida é "Você apoia o acordo final para terminar o conflito e pela construção de uma paz estável e duradoura?".

Caso seja aprovado no plebiscito, a decisão passará ao Congresso, que deverá se pronunciar de forma urgente. Em seguida, o documento será revisto pela Corte Constitucional, antes da sanção de Santos. Santos já disse que se os colombianos rejeitarem o acordo final, voltará à guerra com as Farc, de acordo com a agência France Presse.

"Este Congresso deve e pode se sentir orgulhoso por ter sido um fator fundamental para (...) que os colombianos (...) possam dizer sim ou não ao acordo de paz", disse o ministro do Interior, Juan Fernando Cristo.

A Colômbia teve nesta segunda-feira o primeiro dia de silêncio definitivo dos fuzis, após o início de um cessar-fogo bilateral e definitivo à zero hora.

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