Rio

Cobrança do pedágio da Transolímpica é adiada

Concessionária Via Rio diz que está resolvendo pendências com a prefeitura
Praça do pedágio da via expressa Transolímpica Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo
Praça do pedágio da via expressa Transolímpica Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

RIO - A via expressa Transolímpica foi aberta nesta sexta-feira para veículos de passeio e, para surpresa dos motoristas, o pedágio de R$ 5,90 não começou a ser cobrado, conforme anunciado, pois a concessionária Via Rio, que ganhou o direito para a administrar a via, não deu início à operação. O controle das pistas está temporariamente sob a responsabilidade do município, que ontem botou agentes da CET-Rio, da Secretaria de Ordem Pública e da Guarda Municipal para circularem pela via. Um carro enguiçado teve que ser levado por um reboque da prefeitura. A Via Rio, no entanto, informou que manteve durante todo o dia os veículos de socorro posicionados na praça do pedágio, em Sulacap, para serem chamados em casos de emergência.

Policiais do Batalhão de Policiamento de Vias Especiais (BPVE) circularam pela Transolímpica. Além disso, houve reforço por parte das Forças Armadas, que desde a Olimpíada mantêm o patrulhamento, inclusive com veículos blindados, na Avenida Salvador Allende, em frente à Estação Asa Branca, do BRT.

MOTORISTAS DESCONFIADOS

A via expressa, que durante os Jogos funcionou apenas para a família olímpica, tem 26 quilômetros de extensão, entre o Recreio e Deodoro, sendo que apenas 13 estão sob concessão. Ontem, o movimento foi grande na Transolímpica. Desconfiados, alguns motoristas que passaram pela via nas primeiras horas do dia reduziram a velocidade para checar se realmente as cabines estavam vazias e as pistas livres.

Oficialmente, a cobrança do pedágio foi suspensa pois a via passa por ajustes operacionais. No entanto, fontes ligadas à prefeitura informaram que o impasse em relação ao valor da tarifa continua e estará na pauta de uma reunião que será realizada na próxima semana. Ainda não há previsão para o início do pagamento. Na reunião será decidido como ocorrerá a operação nas áreas fora da concessão, como nas alças de acesso da Avenida Brasil, e no trecho que segue de Curicica até o Recreio, sob a responsabilidade da prefeitura.

O motivo do impasse foi o valor estabelecido pelo Tribunal de Contas do Município e pela prefeitura. Desde o anúncio do resultado do pregão, houve polêmica. A prefeitura igualou o valor da tarifa ao do pedágio da Linha Amarela. O problema é que o valor de R$ 5,90 vigora desde janeiro de 2015 e não foi reajustado este ano porque o contrato com a concessionária Lamsa foi revisto.

A Via Rio não queria cobrar o pedágio atual, mas o que estaria valendo se o reajuste tivesse sido concedido. Baseada nisso, a empresa apresentou planilhas para análise da Secretaria municipal de Transportes, propondo valor entre R$ 6,50 e R$ 6,60.

ESTIMATIVA DE FLUXO É DE 55 MIL VEÍCULOS POR DIA

A praça de pedágio da Transolímpica, com 20 cabines, fica em Sulacap e funcionará nos dois sentidos. A concessionária calcula que 55 mil veículos vão passar diariamente pela via expressa. Para os motoristas, a liberação das pistas significa economia de tempo. Um dos beneficiados é o técnico em eletrônica Dário da Silva Borges, que mora em Bangu e trabalha na Barra da Tijuca:

— Eu trabalho na Barra e, diariamente, levava cerca de duas horas para chegar ao trabalho, seguindo pela Estrada do Catonho. Além do longo caminho, tinha muito engarrafamento. Agora, pela Transolímpica, chego ao meu destino em 25 minutos — disse Borges.

Perguntado se o pagamento de pedágio nos dois sentidos, diariamente, não pesaria no bolso, ele rebateu:

— Com o dinheiro que eu estava gastando todos os dias com combustível, dá para pagar o pedágio da via expressa e e ainda economizar.