Edição do dia 19/09/2016

19/09/2016 08h02 - Atualizado em 19/09/2016 12h15

Seca no Centro-Oeste deixa reservatórios em nível crítico

Para manter o abastecimento, alguns estados estão fazendo racionamento.
Se não chover nos próximos dias, o risco de racionamento geral é grande.

A forte seca no Centro-Oeste levou os reservatórios a um nível crítico. Muita gente já está sem água e, para manter o abastecimento, alguns estados estão fazendo racionamento.

Já faz seis meses que não tem aquela chuva para valer no Distrito Federal. No domingo (18), até que caiu uma chuvinha em Brasília em algumas regiões, mas foi bem fina e rápida, só deu para aliviar um pouco o calor. Por causa disso, as queimadas não param. Um incêndio na manhã desta segunda-feira (19)Se não chover forte nos próximos dias, o risco de racionamento geral é grande atingiu o cerrado na região do Colorado, a 20 quilômetros do Centro da capital. Se não chover forte nos próximos dias o risco de racionamento geral é grande.

Parece que está tudo embaçado. Brasília e arredores têm ficado assim. Está quente, está seco, não chove para valer há 6 meses.

E sem chuva, os reservatórios que abastecem o Distrito Federal chegaram a um estado crítico. Estão com níveis de água perto dos 40% só da capacidade. É a pior situação já registrada na região.

Tem pouca água, mas muita gastança. Nesses meses de seca cada morador do Distrito Federal tem gastado em média 175 litros por dia. Para a Organização Mundial da Saúde, no máximo 110 litros são suficientes.

A Companhia de Abastecimento está autorizada pela Agência de Águas a cobrar mais de quem não economizar.  Só que, por enquanto, o morador está sofrendo de outro jeito. Sem água na torneira. mesmo. Estão sendo feitos cortes programados.

“O que nós estamos fazendo são medidas operacionais que ajustam e tentam estabilizar o sistema. Às vezes você tem uma área da cidade que fica com um pouco menos de água para poder favorecer uma outra área dessa cidade que precisa de água porque ela já está há quase 12 horas sem abastecer”, disse Marcelo Teixeira, diretor da Caesb.

Agora, imagine ficar 22 horas sem água. As casas mostradas na reportagem ficaram.

Uma escola em outro ponto do Distrito Federal cancelou as aulas. E um racionamento geral não está descartado. A recomendação é para não usar água tratada para lavar carros, garagens, calçadas e fachadas de prédios. Também evitar a irrigação de jardins e a troca da água das piscinas, tão comuns em Brasília. Se a seca continuar, os reservatórios do Distrito Federal só têm água para mais 73 dias de abastecimento. Por isso, as chuvas que costumam vir em outubro estão sendo tão esperadas. E não serve qualquer uma, não.

"A chuva boa é aquela chuva, não a chuva rápida, localizada, tem que ser uma chuva duradoura, que cubra uma extensão regional grande, para que as águas migrem para as drenagens, que a gente chama, que seriam os córregos, os rios e ribeirões, que são os grandes abastecedores de água dos lagos, dos reservatórios", explicou o professor Marcelo Resende, Coordenador de Engenharia Ambiental da UCB.

E essa é a expecativa não só para a área de Brasília, mas para toda a região Centro-Oeste, que está penando.

Na Região Metropolitana de Goiânia já não chove bem há pelo menos quatro meses. O abastecimento de água foi comprometido. Em algumas regiões está faltando água há uma semana. Quando volta, logo a torneira fica seca. Uma família está gastando R$ 200 por mês só com água mineral.

“A vontade é de mudar daqui, se continuar é a única solução que eu vejo”, diz a dona de casa Marcela Miranda 

Quem depende de cisternas está aumentando a profundidade dos reservatórios para ver se encontra mais água.

“Vai resolver para agora, mas todo ano, toda época da seca acontece o mesmo problema, tem que dar fundo de novo”, diz o marceneiro Paulo Moreira.

A forte seca fez a produção de milho encolher em 7 milhões de toneladas em relação ao ano passado. Os focos de incêndio dispararam e já somam mais de 23 mil. O governo prorrogou para outubro o período em que ficam proibidas as queimadas. 

Em Mato Grosso, a falta de chuva na Região Norte levou quatro municípios a decretarem situação de emergência. E quem mais sofreu com isso foi o produtor rural.

"A consequência disso foi um baixo desenvolvimento do milho, o milho não cresceu, não desenvolveu e não produziu grão", explicou o agricultor Luiz Bier.

A Saneago, a companhia de água de Goiás, disse que está tentando resolver o problema em Aparecida de Goiânia, que foi provocado pelo baixo nível do ribeirão que abastece a cidade e que as obras de ampliação do sistema devem ficar prontas até o fim do ano.

De acordo com a Adasa. Agência reguladora de águas, para que os reservatórios que abastecem Brasília voltem ao normal é preciso que chova forte por pelo menos 15 dias.

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