O site da futura primeira-dama da cidade de São Paulo, Bia Doria, foi vítima de um ataque de hackers neste domingo (9). A página, utilizada por ela para divulgar seu trabalho como artista plástica, ficou por pelo menos duas horas fora do ar no início desta tarde.
Em vez de informações sobre a trajetória profissional de Bia, a página invadida passou a mostrar a imagem de uma reportagem antiga sobre um suposto esquema de corrupção envolvendo o prefeito eleito João Doria, quando este ainda era presidente da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), no governo Sarney, entre 1986 e 1988.
Além da foto do jornal, hackers colocaram no site de Bia o vídeo da entrevista concedida por seu marido ao SPTV pouco antes das eleições. Na oportunidade, Doria foi cofrontado pelo apresentador César Tralli sobre um terreno que ele incorporou à sua mansão em Campos do Jordão sem a anuência da Prefeitura da cidade do interior paulista.
Os invasores ainda colocaram frases ligadas ao anarquismo na plataforma, como uma citação creditada ao filósofo francês Pierre-Joseph Proudhon. A ação foi comemorada pelos hackers: "Mais um site da família Doria owned [expressão em inglês que, no contexto, significa dominado]", celebraram no próprio site.
Às 16h45 deste domingo, o site de Bia Doria estava fora do ar, depois de já ter sido normalizado pouco mais de uma hora antes. No fim da tarde, as mudanças promovidas pelos hackers não podiam mais ser vistas. A página estava toda em branco, apenas com a mensagem "Em manutenção".
Por meio de nota, João Doria afirmou que considera o ato uma "invasão de privacidade, condenável e injustificável". "Aqueles que promoveram esta agressão não compreendem que um dos maiores valores da democracia é o respeito pelas pessoas", completou.
O hackeamento ocorreu no mesmo dia em que foi publicada, no jornal "Folha de S.Paulo", um entrevista com a nova primeira-dama. A matéria causou polêmica por Bia afirmar que se considera uma pessoa "do povo" e por ela dizer que desconhece lugares famosos da capital, como o Minhocão, nome pelo qual é conhecido o elevado João Goulart, na região central. "Quase nunca fui lá. É tipo um viaduto, né?", perguntou ao repórter.