Rio

'A polícia não está conseguindo investigar o que é preciso', diz Veloso

Chefe da Polícia Civil também decidiu entregar o cargo
Fernando Veloso também decidiu entregar o cargo Foto: Reprodução da TV
Fernando Veloso também decidiu entregar o cargo Foto: Reprodução da TV

RIO - O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, que também decidiu entregar o cargo , deu uma entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo, na manhã desta quarta-feira. Ele reconheceu a dificuldade que a crise financeira do estado do Rio vem provocando na instituição.

— A polícia não está conseguindo investigar o que precisa ser investigado. Nosso trabalho foi reduzido. Com exceção da Divisão de Homicídios, para a qual conseguimos manter os recursos, as outras unidades da instituição trabalham de forma precária. Até o combustível dos carros é racionado. O policial civil faz o melhor possível, mas fica em uma situação delicada quando percebe que o próprio sustento da família é incerto. É necessário que se entenda a importância da investigação.

Para justificar a decisão de deixar o cargo, Veloso alegou a necessidade de passar essa função para outro profissional.

— A gestão da Polícia Civil é muito complexa. Muitas vezes, 24 horas não são o suficiente. É uma função que deve ser exercida durante um determinado período de tempo e, depois, precisa ser entregue a outra pessoa. Agora vou me dedicar mais à minha família — disse Veloso.

O chefe da Polícia Civil fez o anúncio um dia após o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, pedir demissão. Veloso afirmou que, há algum tempo, já pensava em entregar o cargo, mas que havia assumido, junto ao governador Luiz Fernando Pezão e ao secretário de Segurança Pública, o compromisso de permanecer na função.

— Como o secretário vai deixar o cargo, eu me senti à vontade para fazer o mesmo — justificou.

Veloso assumiu a chefia de Polícia Civil em janeiro de 2014, quando a então delegada Marta Rocha deixou o cargo para concorrer nas eleições estaduais.