A Procuradoria Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para investigar o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) na Lava Jato. Filho do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, Zeca é suspeito de ter cometido o crime de lavagem de dinheiro, segundo a descrição do pedido de abertura de inquérito.
O pedido tem como origem o maior e principal inquérito da Lava Jato em andamento na Suprema Corte, que investiga se existiu uma organização criminosa na estatal do petróleo.
Atualmente, o inquérito tem 39 alvos, entre os quais parlamentares de PP, PT e PMDB. Em maio, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu autorização ao STF para investigar mais 30 pessoas nesse inquérito.
O pedido para investigar Zeca Dirceu foi protocolado na última sexta (30) no Supremo, mas só foi cadastrado nesta segunda (3) no sistema de acompanhamento processual.
Em nota, a assessoria de Zeca Dirceu afirmou que "não há e nunca houve qualquer tipo de tratativa do parlamentar junto às diretorias da Petrobrás e as empresas investigadas na Lava Jato". Além disso, o comunicado ressalta que não existe "sequer uma única ligação, e-mail, contato, agenda de reunião, testemunho, delação ou coisa parecida" em relação a qualquer atitude do deputado petista.
"Diante disso qualquer menção ao nome do deputado trata-se de uma tentativa descabida de envolvê-lo nos fatos simplesmente por seu pai, José Dirceu, ser um dos envolvidos na Operação Lava Jato", diz trecho do comunicado (leia a íntegra da nota ao final desta reportagem).
Segredo de Justiça
O procedimento está sob segredo de Justiça e, por esse motivo, o tribunal não divulga detalhes sobre a solicitação do chefe do Ministério Público e nem mesmo sobre as acusações contra Zeca Dirceu.
Caberá ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, autorizar ou não a abertura do inquérito.
Somente com aval do magistrado é que o Ministério Público e a Polícia Federal poderão requisitar diligências, atos de investigação que podem incluir busca e apreensão de documentos, quebras de sigilo e interrogatórios.
A investigação precisa ser autorizada pelo STF em razão do foro privilegiado concedido a parlamentares. O pedido não significa que o alvo seja culpado, mas que existem indícios de que tenha cometido crimes.
Leia a íntegra da nota divulgada pela assessoria de Zeca Dirceu:
Nota à imprensa
Não há e nunca houve qualquer tipo de tratativa do parlamentar junto às diretorias da Petrobrás e as empresas investigadas na Lava Jato.
Não existe sequer uma única ligação, e-mail, contato, agenda de reunião, testemunho, delação ou coisa parecida em relação a qualquer atitude do parlamentar.
Diante disso qualquer menção ao nome do deputado trata-se de uma tentativa descabida de envolvê-lo nos fatos simplesmente por seu pai, José Dirceu, ser um dos envolvidos na Operação Lava Jato.
Todas as doações recebidas na campanha de 2010 foram legais, declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral sem ressalvas.
Os nomes dos doadores são de conhecimento público desde 2010 e foram divulgados novamente pelos órgãos de imprensa, nos anos de 2015 e 2016.
Ou seja, não existe um ÚNICO fato sequer, que justifique este pedido de investigação. Por mais que o deputado não tenha nada a temer, ele reforça que acredita no STF e no arquivamento do pedido investigação.
O parlamentar deixa claro que sempre está a disposição da Justiça para qualquer esclarecimento que se faça necessário.
Assessoria de Imprensa Deputado Federal Zeca Dirceu