Política Lava-Jato

Lava-Jato: PGR pede abertura de inquérito para investigar Zeca Dirceu

Em delação, Ricardo Pessoa declarou doação de R$ 100 mil ao filho de José Dirceu

O deputado Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro José Dirceu
Foto: Givaldo Barbosa 04-08-15 / Arquivo O Globo
O deputado Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro José Dirceu Foto: Givaldo Barbosa 04-08-15 / Arquivo O Globo

BRASÍLIA – A Procuradoria-Geral da República enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de abertura de inquérito para investigar o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) por ilegalidades reveladas pela Operação Lava-Jato. Zeca é suspeito de ter cometido lavagem de dinheiro. O deputado é filho do ex-ministro José Dirceu, que foi condenado na Lava-Jato e está preso.

O pedido de investigação está protegido por segredo judicial e não foram divulgados detalhes sobre o caso. No ano passado, em delação premiada, o dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, declarou que fez doação de R$ 100 mil ao deputado nas eleições de 2010, a pedido de José Dirceu. Outros delatores da Lava-Jato também afirmaram que fizeram doações veladas à campanha de Zeca Dirceu.

O ex-ministro da Casa Civil de Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado em maio deste ano a 23 anos e três meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, participação em organização criminosa e lavagem de dinheiro. Ele já havia sido condenado anteriormente por corrupção ativa no processo do mensalão.

Também nesta segunda-feira, a PGR apresentou denúncia contra o senador Fernando Bezerra (PSB-PE) por lavagem de dinheiro e corrupção na Operação Lava-Jato. O parlamentar é acusado de receber propina de pelo menos R$ 41,5 milhões das empreiteiras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa, contratadas pela Petrobras para a execução de obras da Refinaria Abreu e Lima. Os crimes teriam ocorrido em 2010 e 2011, quando Bezerra era secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape

Em nota divulgada à imprensa, a defesa do senador declarou que o inquérito trata de “imputações absolutamente descabidas, baseadas em ilações e sem qualquer rastro de prova”. Ainda segundo os advogados, “não houve qualquer recebimento de favores em troca de incentivos fiscais na construção do Porto de Suape” e que “as delações que deram início às investigações não foram comprovadas, são contraditórias e absolutamente infundadas”.