19/11/2015 20h35 - Atualizado em 19/11/2015 20h38

Samarco é responsável pelo desastre e deve arcar com prejuízo, diz Pimentel

Governador de MG e 25 prefeitos se reuniram em BH e criaram comissão.
Grupo vai centralizar ações para a recuperação do Rio Doce,

Do G1 MG

O governador de Minas, Fernando Pimentel, disse nesta quinta-feira (19) considera a mineradora Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP, responsável pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas, e que a empresa terá que arcar com os custos dos danos causados a cidades e ao Rio Doce.

“O estado já está ajudando. O estado fez toda a parte emergencial, a Defesa Civil estadual trabalhou junto com as defesas municipais, os órgãos municipais ao longo da calha do rio [Doce] todo de forma muito efetiva. Agora, a questão de valor, toda a responsabilidade pelo desastre é da empresa, é da Samarco. Então, ela que vai arcar com esse prejuízo, digamos assim”, disse.

 

Pimentel anunciou a criação de uma comissão coordenadora composta por representantes do governo e das prefeituras de cidades afetadas. Este grupo vai centralizar ações para a recuperação do Rio Doce, segundo o governador. 

“Nós criamos uma comissão coordenadora composta por órgãos do estado: Secretaria de Integração Regional, Secretaria de Meio Ambiente, Cemig, Copasa, Igam, Advocacia Geral do Estado, também a Defesa Civil e representantes dos municípios, prefeitos e prefeitas, para que essa coordenação, essa comissão centralize e coordene todas as iniciativas daqui pra frente voltadas para a recuperação do Rio Doce”.

Vinte e cinco prefeitos de cidades afetadas pela lama da mineradora Samarco se reuniram nesta quinta-feira com o chefe do executivo estadual no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. A intenção da comissão é que o trabalho de recuperação dos danos seja feito em conjunto e de forma integrada, evitando “que as demandas fiquem fragmentadas”.

Pimentel destacou também o prejuízo na arrecadação de cidades como Mariana, que podem acarretar em problemas em serviços essenciais. “Isso vai ser objeto de uma demanda específica, de uma demanda judicial específica, orientada pelo advogado geral do estado para que o município tenha algum nível de ressarcimento nessa perda de arrecadação sob pena de a gente estar tendo que paralisar serviços de saúde, educação, em função da queda de receita”, disse o governador.

Os prefeitos de Barra Longa, Fernando José Carneiro, e de Rio Doce, Silvério da Luz, estavam presentes no encontro e, assim como em Mariana, eles estão preocupados com o futuro das cidades. 

“Hoje nós estamos em baixo de Lama. Está tirando, tirando, é só lama. Ainda fica até o final do ano só pra tirar as lamas”, disse Carneiro.

No município de Rio Doce, a Hidrelétrica Risoleta Neves parou de funcionar desde o dia da tragédia. Segundo o prefeito, isto gera uma queda de 30% na arrecadação da cidade. “Não tem data para voltar a gerar energia e isso gera um reflexo enorme para a economia tanto de Rio Doce, quanto de Santa Cruz do Escalvado. Até mesmo de pagamento de pessoal”, disse.

Ao fim do encontro o prefeito de Mariana, Duarte Júnior, também destacou a preocupação com a arrecadação na cidade e em outros munícipios afetados. Júnior afirmou ainda, que assim como Pimentel, considera a Samarco responsável pelos prejuízos e que a mineradora deve arcar com os prejuízos provocados pelo desastre. “A gente sai ainda mais preocupado do que a gente entrou nesta reunião de hoje”, concluiu o prefeito de Mariana.

O G1 entrou em contato com a Samarco e aguarda um rertono.

Paracatu de Baixo (Foto: Raquel Freitas / G1)Um dos distritos de Mariana, Paracatu de Baixo, devastados pela lama (Foto: Raquel Freitas / G1)

 

 

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