27/09/2016 09h18 - Atualizado em 29/09/2016 09h58

Novo 'Bridget Jones' é romance clichê com protagonista cativante; G1 já viu

Heroína atrapalhada perde peso e ganha autoestima em 3º filme da franquia.
Leve e despretensioso, longa diverte com narrativa atual e galã carismático.

Carol Prado Do G1, em São Paulo

Bridget Jones (Renée Zellweger) finalmente conseguiu chegar ao peso ideal, está mais segura, bem-sucedida e cansou de ouvir "All by myself", conhecida na voz de Céline Dion. Mas não perdeu o carisma que a transformou em uma das protagonistas mais queridas das comédias românticas. "O bebê de Bridget Jones", que estreia nesta quinta (29), consegue atualizar a personagem, sem esquecer sua essência. Veja comentário no vídeo acima.

 

O terceiro filme da franquia é lançado 15 anos depois do original, baseado no livro de Helen Fielding e que arrecadou mais de US$ 280 milhões em bilheteria no mundo todo. Bridget retorna como uma quarentona, produtora de um noticiário de TV, que conseguiu elevar sua autoestima e não se considera mais tão dependente dos homens.

A vida, que até então dava sinais de melhora, é chacoalhada pela notícia de uma gravidez inesperada, e de pai indefinido. Dessa forma, o filme mostra que ainda há o que explorar na história da londrina, mesmo repetindo a antiga fórmula: a de Bridget disputada por dois homens - estratégia que funcionou mal na primeira sequência, “No limite da razão”, de 2004, único longa da série que não foi dirigido por Sharon Maguire.

Renée Zellweger em cena de 'O bebê de Bridget Jones' (Foto: Divulgação)Renée Zellweger em cena de 'O bebê de Bridget Jones' (Foto: Divulgação)

Clichê incansável
Todos os chavões das comédias românticas ainda estão lá, dos amigos conselheiros à mocinha sendo carregada no colo pelo galã. Tudo é divertidamente orquestrado para um resultado leve e sem grandes pretensões – um daqueles filmes para ver tomando sorvete, sem dar muito trabalho ao cérebro depois de um dia difícil, um clichê incansável.

O maior trunfo da franquia também se mantém: a capacidade da protagonista de provocar identificação no espectador. Bridget não é só uma personagem estabanada que cai de cara na lama em um festival desses como o Tomorrowland, ela enfrenta dilemas de mulheres comuns, como a briga com a balança, a angústia com a carreira e a pressão social para que forme uma família.

Sarah Solemani e Renée Zellweger em cena do filme (Foto: Divulgação)Sarah Solemani e Renée Zellweger em cena do filme (Foto: Divulgação)

Tinder e hipsters
Com um intervalo tão grande entre um filme e outro, seria fácil que o "O bebê de Bridget Jones" parecesse um romance antiquado do início dos anos 2000. É notável, porém, o esforço para que ele vá na linha contrária. A protagonista de 2016 trocou seu diário por um tablet, está familiarizada com o Tinder, zoa hipsters e ouve hip-hop. Aliás, toda a trilha sonora reflete o relativo frescor da narrativa, com nomes como Ed Sheeran (que até participa do filme), Rihanna e Adele.

O longa, porém, também mostra Bridget, por vezes, deslocada dos tempos modernos, como quando não sabe muito bem como se comportar em um festival cheio de jovens ou quando tem que lidar com chefes mais novos. Embora retratado de forma simplista, o conflito de gerações rende algumas boas piadas.

Patrick Dempsey em cena do filme (Foto: Divulgação)Patrick Dempsey em cena do filme (Foto: Divulgação)

Novo galã
Mas estão mesmo nas cenas do conflito amoroso os melhores momentos do filme. Dessa vez, Bridget se vê dividida entre os dois possíveis pais de seu filho: o já conhecido Mark Darcy (Colin Firth), o britânico ranzinza conservador que agora é seu ex-namorado, e o novo galã, Jack (Patrick Dempsey), um bom acréscimo para compensar a falta de Daniel Cleaver (Hugh Grant) - vale destacar a divertida justificativa para o sumiço do personagem de Grant na história (sem spoilers).

Um guru de relacionamentos que se tornou milionário vendendo sua fórmula matemática para determinar se um casal dará certo ou não, Jack tem carisma suficiente para fazer os fãs esquecerem (ou pelo menos aceitarem bem) o adeus de Cleaver. Em termos de complexidade, ganha do antecessor ao deixar de lado o estereótipo do mulherengo sem escrúpulos.

Com qual dos dois Bridget ficará? Por um momento, é possível supor um final surpreendente. Com a protagonista mais independente e dedicada a si mesma, o filme ganha certo tom feminista - embora também faça chacota do movimento - e poderia se beneficiar de um final que seguisse essa linha. Não é o caso. Como não poderia deixar de ser, "O bebê de Bridget Jones" faz jus ao romance clichê, que, no fundo, (quase) todo o mundo adora.

Renée Zellweger, Colin Firth e Patrick Dempsey em cena do filme (Foto: Divulgação)Renée Zellweger, Colin Firth e Patrick Dempsey em cena do filme (Foto: Divulgação)
O cantor Ed Sheeran faz uma participação especial no filme (Foto: Divulgação)O cantor Ed Sheeran faz uma participação especial no filme (Foto: Divulgação)
Renée Zellweger, Colin Firth e Patrick Dempsey em cena do filme (Foto: Divulgação)Renée Zellweger, Colin Firth e Patrick Dempsey em cena do filme (Foto: Divulgação)
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