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O futebol tem uma dinâmica bem
particular - cuja principal característica é a velocidade. Para o bem e para o
mal. Se um time vive situação delicada, não há muito tempo para lamentar. Por
outro lado, quando atravessa boa fase, também não pode se acomodar no sucesso -
sob o risco de torná-lo passageiro. O Santa Cruz vive a segunda situação:
classificado à Série A, o clube tem mais é que comemorar o feito. Sem esquecer,
porém, de planejar a temporada seguinte. O presidente tricolor, Alírio Moraes,
sabe disso - e começou a pensar no próximo ano. Pensando nisso o mandatário
coral elencou os principais pontos para 2016.
formação do elenco
Temos um time guerreiro e a ideia é
manter essa base. Lutei muito para que isso acontecesse. Tenho 51 anos de idade
e sou de um tempo em que a gente escalava o time de memória. O futebol moderno
foi perdendo isso, e o Santa Cruz muito mais. Simplesmente os bons jogadores,
por conta da fragilidade financeira, acabavam saindo. Nossa ideia é quebrar
essa lógica perversa. Meu esforço é nesse sentido.
Orçamento para 2016
Orçamento para o ano que vem
A gente pensa em trabalhar com uma receita estimada de R$ 50 milhões. Isso inclui
tudo: verbas de transmissão, dinheiro de bilheteria, patrocínio, o programa de
sócios. Para isso, vamos ter que apertar muitos parafusos, o gasto ainda é
muito acentuado. A gente não conseguiu instalar um programa de automação
eficiente aqui dentro. Ainda há um nível de improvisação muito grande. Claro
que de boa vontade também, mas precisamos nos modernizar.
centro de treinamento
Em relação ao CT, nós visitamos o
nosso governador, Paulo Câmara, com alguns jogadores e levei um pedido a
ele para nos ajudar na questão da terraplanagem e do início das obras.
Imediatamente, o governador nos pediu para apresentar um projeto e se colocou à
disposição. Disse que o estado tem, diretamente ou através de parceiros,
máquinas e pessoas para fazer o serviço. Ele deve vir amanhã para o jogo,
assistiremos juntos. E a gente espera, nesse encontro de amanhã, avançar mais
ainda e começar a pensar em uma data. Acredito que a coisa vai.
Fornecedora de material esportivo
Um dos pilares da nossa gestão é
trazer a torcida para junto e quebrar essa distância que havia entre o
dirigente, o clube e a torcida. Através disso, a gente pôde perceber que o
fornecimento e o atendimento eram, muito deficitários. Naquele momento, a Penalty
estava com um determinado gestor, que estava atravessando problemas, e nós
percebemos que eles estavam mais preocupados com a restruturação do que com a
operação comercial. Viajamos até São Roque (SP, sede da empresa), conversamos
com pessoas e, para nossa sorte, voltaram alguns diretores à Penalty, que
conheciam muito bem o mercado e o Santa Cruz. Fizemos um novo contrato, cujo
modelo final, que ainda não está assinado pelo Santa Cruz, está em nossas mãos.
Que muda toda a operação. Ano que vem, nós vamos ter cinco modelos lançados,
teremos uma linha popular, lojas no shopping, vários eventos que eles vão
convocar. Teremos premiações em casos de conquista. Então, se a Penalty
reconheceu os problemas que estavam acontecendo na gestão antiga e o contrato
tinha multa de R$ 1 milhão, não tinha por que não apostar nisso.
plano de sócios
A gente tem que mergulhar melhor
nessa questão do programa do sócio, entender melhor a cabeça do nosso sócio, a
cultura do torcedor tricolor. A gente está discutindo isso, a crítica tem sido
feita com muita relevância. Temos feito reuniões semanais. As decisões não são
mais minhas, mas de um colegiado de diretores, cada um com uma especialidade.
Tem muita gente que nem sabe o que é futebol, mas olha sob o ponto de vista
financeiro, de gestão. Muita coisa vai mudar. Vamos estudar com mais afinco. A
gente tem que ter na cabeça que o Santa Cruz é um clube para ter 30 mil sócios
pagando.