03/10/2016 10h34 - Atualizado em 30/10/2016 22h00

Freixo aposta em votos de eleitores que se abstiveram no 1° turno no Rio

Candidato diz que também pode conversar com o PSDB e o PSD.
Ele ainda pretende ganhar votos que foram para Bolsonaro no 1° turno.

Fernanda RouvenatDo G1 Rio

Marcelo Freixo (PSOL) se reuniu na manhã desta segunda-feira (3) com seu comitê eleitoral, na Glória; candidato vai disputar o segundo turno das eleições no Rio. (Foto: Fernanda Rouvenat/G1)Marcelo Freixo (PSOL) se reuniu na manhã desta segunda-feira (3) com seu comitê eleitoral, na Glória; candidato vai disputar o segundo turno das eleições no Rio. (Foto: Fernanda Rouvenat/G1)

O candidato à prefeitura do Rio Marcelo Freixo (PSOL), que conquistou 18,26% dos votos cariocas e irá disputar o segundo turno das eleições municipais com Marcelo Crivella (PRB), se reuniu com assessores, na manhã desta segunda (3) para discutir possíveis alianças e estratégias para a nova etapa da disputa eleitoral na capital fluminense. O candidato acredita que a igualdade no tempo de campanha de televisão para o segundo turno pode ajudar na conquista de votos de indecisos, brancos e nulos.

"Eu acho que o segundo turno favorece esse voto 'não interessado', do primeiro turno, a poder comparecer um debate mais profundo. Afinal de contas, o que a gente tem no segundo turno são dois programas e dois candidatos. Tanto o debate na televisão, como o programa eleitoral e os debates organizados pela sociedade civil, eles têm mais chance de conhecer a diferença entre os candidatos e se posicionar", explicou Marcelo Freixo.

 

A maior taxa de abstenção entre as capitais em 2016 e o maior índice de votos brancos e nulos desde a implementação das urnas eletrônicas, em 1996, foram registrados no município do Rio de Janeiro durante a votação do primeiro turno, no último domingo (2). Somados, 38,1% dos eleitores da cidade não confiou a nenhum candidato o seu voto para a cidade.

A capital teve 3.708.857 votos e 1.189.187 abstenções - total de 4.898.044 eleitores . Somadas as abstenções aos brancos (204.110) e nulos (473.324), chega-se a 1.866.612 eleitores que não votaram em candidato algum. 

Candidato está disposto a conversar com PSDB e PSD
Freixo também falou sobre futuros apoios com outros candidatos em busca de mais votos para o segundo turno. Ele descartou se aliar ao PMDB e disse estaria aposto a conversar com o candidato do PSDB, Carlos Osório, e com o candidato do PSD, Indio da Costa.

"Segundo turno não é alianças, segundo turno é apoio. O nosso projeto foi vitorioso no primeiro turno. Agora, a gente tá com essa disputa com o Crivella e já temos o apoio da Jandira, já temos o apoio do Molon, vamos conversar com o Indio, vamos conversar com o Osório, vou apresentar o nosso programa pra ver se eles apoiam. Não tem jeito, no segundo turno, ou eles apoiam o nosso projeto, ou eles apoiam o projeto do Crivella, ou não se posicionam. Nós temos um programa e estamos dispostos a conversar com todos pra que eles possam conhecer nosso programa de cidade e nos apoiar", disse Freixo.

Freixo quer disputar votos que foram para Bolsonaro
Por outro lado, o candidato do PSOL acredita que pode conquistar parte dos votos que foram para o candidato do PSC, Flávio Bolsonaro. Segundo Freixo, existe um voto "ético" desse eleitorado. "Eu acho que tem um voto do Bolsonaro também ético, não só um voto ideológico. E é possível que alguns votos do Bolsonaro desse campo ético, desse campo de enfrentar as milícias que nós tivemos, possa migrar pra gente também", afirmou Marcelo Freixo.                       

Marcelo Freixo (PSOL) conversa com a imprensa um dia após o primeiro turno das eleições no Rio (Foto: Fernanda Rouvenat/G1)Marcelo Freixo (PSOL) conversa com a imprensa um dia após o primeiro turno das eleições no Rio (Foto: Fernanda Rouvenat/G1)
 

A religião também será um tema a ser discutido nessa campanha do segundo turno. Para Freixo, é importante separar política de religião, mas o candidato se comprometeu a fazer um debate com representante de várias religiões para fazer um debate. "As religiões são muito importantes na história da humanidade", disse.

"Nós separamos muito bem a política da religião e a gente acha que, para o bem da democracia, é importante separar política de religião. O estado não pode ter a mistura de um projeto religioso com um projeto político. É muito perigoso que o governo seja um governo de uma vertente religiosa. Isso não é bom para a democracia, isso não deu certo no mundo e nós não queremos isso no Rio de Janeiro. Mas nós vamos chamar todas as lideranças religiosas de todos os segmentos religiosos do Rio de Janeiro pra fazer um grande debate sobre diversidade, sobre democracia e sobre cidade. As religiões são muito importantes na história da humanidade, são muito importantes no Rio de Janeiro, mas é muito ruim misturar governo com religião", explicou Freixo.

O candidato disse ainda que não quer o apoio do PMDB, partido do candidato Pedro Paulo, para disputar o segundo turno. Além disso, ao comentar sobre a relação que irá manter com o governo do presidente Michel Temer (PMDB), Freixo afirmou que terá uma “relação institucional”.

Se o apoio do PMDB está descartado por Freixo, ainda na noite de ontem, ele obteve a declaração de que vai contar com o de Alessandro Molon (Rede) e de Jandira Feghali (PC do B). "Para o nosso Rio, compreendo que não podemos permitir que o retrocesso se instale. Por isso, anuncio meu apoio à candidatura de Marcelo Freixo neste segundo turno", escreveu Molon em sua página no Facebook.

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