Segundo a ONU, o número de pessoas forçadas a ir embora de casa por causa de guerras e conflitos no mundo bateu mais um recorde: quase 60 milhões de pessoas. E o Brasil recebe cada vez mais refugiados.
Eles ainda estão descobrindo o Brasil. Tudo é bem diferente de onde eles vieram. Leine, de 5 anos, é do Congo, e já até esqueceu a língua que falava lá, o lingala. A família dela fugiu dos conflitos. Mas é uma história com final feliz.
“Depois quando ‘nós’ queria embora, ‘nós’ chorou, depois ‘nós’ viveu junto”, conta Leine.
Em 2014, o número de pessoas forçadas a deixar as casas por causa de conflitos ou perseguições chegou a quase 60 milhões: um recorde. E 19,5 milhões são refugiados: tiveram que deixar seus países. A maioria fugiu da Síria, como Hanan, de 12 anos.
“Não tem água, não tem luz, não tem comida, não tem casa. Nada. Só tem bomba”, diz Hanan.
O Brasil recebe uma pequena parcela dessa população de refugiados, mas o número quase dobrou em cinco anos. Já são cerca de 8 mil. Famílias inteiras que fazem uma longa viagem até aqui, em busca de paz, liberdade e motivos para sorrir.
As crianças e os jovens de até 18 anos são metade dos refugiados no mundo.
“Em países como o Brasil elas têm condições de construir uma nova vida, começar uma nova vida. As crianças têm a oportunidade de deixar para trás um passado terrível e construir novos laços talvez em caráter definitivo, porque talvez não tenham condição de retornar para os seus países”, afirma Luiz Fernando Godinho, representante da ONU.
Algumas crianças já começaram uma nova história. Elas fazem parte de um coral que se apresenta nesta sexta-feira (19) no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. É uma homenagem ao Dia Mundial do Refugiado, e um pedido para o mundo
“Só o amor muda o que já se fez e a força da paz junta todos outra vez”, cantam as crianças.
