Rio

Tiroteio e ônibus incendiados interditam Avenida Brasil na Vila Kennedy

Base da UPP foi atacada e duas pessoas foram atingidas no fogo cruzado

Com interdição parcial, trânsito fica parado na altura de Santíssimo
Foto: COR / Divulgação
Com interdição parcial, trânsito fica parado na altura de Santíssimo Foto: COR / Divulgação

RIO — Um protesto de moradores em reação a uma operação policial na tarde deste sábado deixou o clima tenso na Vila Kennedy, em Bangu,  na Zona Oeste do Rio. De acordo com a Polícia Militar, dois ônibus foram incendiados. Ao menos duas pessoas foram baleadas durante o tiroteio na comunidade, que possui uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A Avenida Brasil, no trecho, foi interditada parcialmente nos dois sentidos por conta da ação dos policiais, conforme informou o Centro de Operações Rio (COR), da prefeitura. O trânsito ficou complicado no local.

Pelas redes sociais, internautas relataram também o incêndio de um caminhão, além de arrastões. Imagens mostram ainda pessoas assustadas, fora dos carros, deitadas no asfalto para se proteger dos tiros. O policiamento foi reforçado na região com militares de outras UPPs, do Grupamento de Intervenções Táticas (GIT) das UPPs, do 14º BPM (Bangu) e do Batalhão de policiamento em Vias Expressas (BPVE).

De acordo com a polícia, no início da tarde policiais da UPP Vila Kennedy fizeram uma operação de patrulhamento na localidade conhecida como Progresso e apreenderam 687 trouxinhas de maconha e 400 papelotes de cocaína. No início da noite, ainda segundo a PM, a base avançada da UPP na comunidade do Metral foi atacada a tiros e os militares reagiram. Duas pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Vila Kennedy.

Em reação, dois ônibus foram incendiados, um na Praça Dolomitas e outro na Avenida Brasil, sentido Centro. Os bombeiros controlaram o incêndio.

FETRANSPOR REAGE AOS ATAQUES

A Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) repudiou os ataques aos ônibus e afirmou que só este ano foram 31 veículos queimados, causando um prejuízo superior a R$ 10 milhões. Em nota, a instituição disse que "O Estado do Rio de Janeiro, de acordo com levantamento realizado pela Fetranspor, contabiliza uma média de um ônibus incendiado por semana, durante os últimos 12 meses. Para repor um veículo incendiado é preciso até seis meses entre encomenda, montagem, entrega e licenciamento. Durante esse período, 70 mil passageiros (cada ônibus urbano) ou 210 mil passageiros (ônibus articulados) deixam potencialmente de ser transportados. A reposição pode ser dificultada num cenário de crise no setor, como o atual – seis empresas paralisaram suas atividades no último ano na capital, por causa das dificuldades financeiras e das condições de financiamento mais rígidas na linha de crédito de bancos públicos e privados para compra de ônibus”.