Cartaz do filme de Bollywood 'Ae Dil Hai Mushkil'(Foto: Divulgação)
O sindicado de produtores de cinema da Índia se comprometeu a deixar de contratar atores paquistaneses, atendendo a um pedido de extremistas hindus, em um contexto de fortes tensões entre a Índia e o Paquistão.
Ainda assim, contrastando com o acordo aprovado neste sábado (22) entre nacionalistas hindus e um representante da associação, um filme de Bollywood em que um ator paquistanês aparece estreará no próximo fim de semana, como estava previsto.
Um partido nacionalista hindu ameaçou atacar os cinemas caso exibam o filme "Ae Dil Hai Mushkil", de Karan Johar, um conhecido diretor indiano, em que o paquistanês Fawad Jan atua.
Pelo acordo, a associação indiana de produtores de cinema e de TV se comprometeu a deixar de contratar atores paquistaneses.
"Por interesse geral, levando em conta o sentimento dos habitantes e dos soldados de todo o país, não trabalharemos mais com atores paquistaneses no futuro", declarou à imprensa o presidente da associação, Mukesh Bhatt.
Karan Johar também aceitou pagar 50 milhões de rúpias (685 mil euros) ao exército indiano como "penitência".
Raj Thackeray, líder do partido de ultra-direita Maharashtra Navnirman Sena, explicou que, como consequência, os chamados à violência contra o filme de Johar haviam sido suspensos.
O acordo foi fechado após um encontro entre Johar e Thackeray e representantes da associação, promovido pelo primeiro-ministro do estado de Maharashtra, Devendra Fadnavis.
Mumbai, capital deste estado, abriga a indústria de Bollywood.
As tensões entre os dois Estados rivais aumentaram desde o ataque mortal, no mês passado, contra uma base militar indiana, que Nova Déli atribuiu a extremistas paquistaneses.
A tensão foi sentida também no mundo do espetáculo e o Paquistão suspendeu a exibição de filmes indianos.