Eduardo Ferreira anuncia saída após um ano e meio no cargo de diretor (Foto: Diego Ribeiro)Eduardo Ferreira deixou o cargo de diretor-adjunto de futebol do Corinthians. Membro da diretoria desde o início da gestão Roberto de Andrade, em fevereiro de 2015, Edu entrou em atrito com o presidente por conta da contratação do técnico Oswaldo de Oliveira.
Ligado ao ex-presidente Andrés Sanchez, que também foi contra o acerto, o
diretor deixou o cargo por vontade própria. O martelo foi batido em uma
reunião no Parque São Jorge, no início da tarde desta sexta-feira.
– Não é um momento agradável. Pensava em fazer isso só no
fim do ano. Pela forma como foi conduzida a negociação com o novo treinador,
resolvi respirar novos ares. Queria agradecer ao Roberto, agradecer Andrés e
todos os funcionários. Toda a comissão técnica, em especial a Alessandro, Fábio Carille e a
todo elenco – afirmou Eduardo, em entrevista coletiva na tarde desta sexta.
Membro da Gaviões da Fiel antes de virar diretor, Edu vinha sofrendo
grande pressão por parte das torcidas organizadas, que reclamavam da
forma como o clube vem sendo administrado. Em protestos recentes, virou
alvo dos torcedores, que pediam a sua saída.
Na quarta-feira, após a vitória do Timão por 4 a 2 contra o Santa Cruz, o dirigente deu entrevistas e não escondeu o incômodo pela forma como Roberto de Andrade tem conduzido a situação. A saída de Edu expõe a crise política atual do clube alvinegro. Na terça-feira, o presidente chegou a falar sobre a situação em entrevista à ESPN Brasil.
– Ele que faz o futuro dele, ele que sabe o que ele quer, se dedica bastante. Se quer ficar ou não... Todo clube existe política, esse ciúme de homem que é pior que de mulher – disse Roberto, na terça-feira.
Confira outras respostas do agora ex-dirigente corintiano:
VOLTARIA A SER DIRETOR?
– Vou voltar a ser apenas torcedor, antes eu era torcedor e dirigente. Foi uma tremenda satisfação, orgulho, o que me dediquei ao futebol.Tudo o que eu podia fazer, eu fiz. Se voltaria? Com certeza, quem sabe um dia.
PIVÔ DE CRISE
– O treinador para mim foi uma coisa chata, mas não tenho para reclamar do Roberto. O trabalho antipopular que ele vem fazendo de não contratar, segurar dinheiro, causa crise, xingamentos. Mas ele está pensando no futuro do clube. Temos de ter calma.
PAPO COM OSWALDO
– Entrei na sala do professor Oswaldo de Oliveira agora e deixei claro que não tenho nada contra ele, vou torcer por ele.
ESCOLHA DO PRESIDENTE
– O presidente escolhe quem ele quiser, não tenho nada contra o Oswaldo. Me dedico demais. Quero agradecer toda a imprensa, pedir desculpas aos setoristas, o trabalho de vocês é importante. Não tenho nada contra o Oswaldo também.
REJEIÇÃO AO NOME DE OSWALDO
– Nós vínhamos comentando internamente, Alessandro, Lázaro (Fernando, auxiliar técnico), Mauro (Silva, outro auxiliar), Carille, sobre outros nomes. Não fui consultado, tinha vários nomes que a gente estava consultando. A Oswaldo, boa sorte a ele, tem tudo para fazer bom trabalho.