Aos poucos, o sonho do Atlético-MG de ter seu próprio estádio vai ganhando forma. Desde o ano passado, o Galo corre atrás da viabilização do projeto e, recentemente, deu passos importantes. No momento, o clube corre atrás de resolver as questões burocráticas para aprovar o projeto na Câmara Municipal de Belo Horizonte ainda este ano, a fim de finalizar as questões de licitação com a Prefeitura até abril de 2017, fechar com investidores e dar início à construção ainda no próximo ano. O terreno, no Bairro Califórnia, região Noroeste de Belo Horizonte, ainda não pertence ao clube. Após toda a questão burocrática e com investidores resolvida, o terreno será doado pela MRV Engenharia ao Galo, e a obra será iniciada.
O sonho atleticano é tocado em três frentes. Além do clube, também trabalham pela realização do sonho a MRV, parceira, e o arquiteto Bernardo Farkasvölgyi, responsável pelo projeto. O GloboEsporte.com conversou com este último para atualizar o andamento da nova arena do Galo. O arquiteto revelou algumas mudanças no projeto, feitas para reduzir os custos da obra e facilitar a busca por investidores.
- Está caminhando. Estamos
tentando marcar a audiência pública pra esse mês de outubro, possivelmente não
vai dar, e faremos no início de novembro. Havendo a audiência pública, a ideia é
mandar o projeto para a Câmara, o que a gente pretende fazer este ano para
aprovar na Câmara ainda este ano, esta é a ideia. Se tudo der certo, aí volta o
processo para a Prefeitura para a gente fazer a finalização do licenciamento e, posteriormente, conseguir a aprovação. A gente está estimando que, em abril do ano que vem, a
gente consiga. A partir daí, depende apenas
do investimento.
Sobre as mudanças no projeto, as principais são a redução da capacidade - de 50 mil para 42 mil torcedores - e a redução no estacionamento - para 3.300 lugares. Além disso, o projeto inicial previa um centro de convenções, que não será mais construído. Bernardo dá mais detalhes sobre as mudanças e sobre a economia que elas vão gerar, viabilizando a captação de investidores.
- A gente fez uma redução do
projeto, justamente para reduzir os custos de construção e ter uma possibilidade
muito mais real de viabilizar o nosso sonho. Em linhas gerais, reduzimos
para 42 mil espectadores e passamos o estacionamento para 3.300 lugares.
O centro de convenções não terá mais também, mas o
espaço está lá. Se quiser fazer futuramente, a gente consegue fazer. A gente
está chegando a uma redução de curso de, aproximadamente, um terço do valor estimado
inicialmente. O valor estimado era de R$ 600
milhões. Hoje estamos falando em poucos menos de R$ 400 milhões. Conseguimos colocar mais
dentro da nossa realidade. Se a gente for comparar com os valores dos estádios
da copa, a reforma do Mineirão, por exemplo, custou quase 700 milhões. Estamos
falando de uma coisa realmente coerente, isso é importante. A ideia disso tudo
é realizar o sonho. Se Deus quiser vamos conseguir.
Segundo o presidente do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno, o terreno já está garantido, apesar de ainda não ter havido a doação.
- O Atlético não recebeu
doação (de terreno). Há um acordo com a MRV (empresa de engenharia
parceira do clube no projeto) de que, caso todo o investimento seja
concluído para
a construção, aí sim haverá a doação. Já conseguimos quatro bons
parceiros para
a construção do estádio - disse o dirigente em entrevista à Rádio Itatiaia.
No visual, tudo igual
Apesar das mudanças, o arquiteto garante que o aspecto visual do estádio não sofrerá alterações - em relação ao primeiro projeto. A arena atleticana ainda terá um estilo "caldeirão", com cadeiras próximas ao gramado. A esplanada externa vai se manter, e os anéis exteriores serão, como previsto, nas cores cinza escuro e branco.
- Não estamos mexendo nada no visual. Visualmente
é o mesmo projeto, continua com a esplanada. Visualmente, não mexemos. Está
super legal.
No início do mês, Daniel Nepomuceno afirmou que o clube já conseguiu quatro bons parceiros para a construção do estádio, que a obra não vai tirar nem um centavo do futebol do clube e que será "autofinanciado", ou seja, a própria renda gerada com a nova arena vai pagar a obra.