O futuro da mineração, os tipos de rejeitos e os riscos da atividade foram debatidos quase um ano depois da tragédia de Mariana, na Região Central de Minas Gerais, no XVIII Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica, em Belo Horizonte.
No dia 5 novembro do ano passado a barragem de Fundão se rompeu, destruindo distritos e contaminando o Rio Doce. Dezenove pessoas morreram. Nesta semana, o Ministério Público Federal em Minas Gerais denunciou 22 pessoas e as empresas Vale, Samarco, BHP Billiton e VogBR pelo rompimento da barragem. Dos denunciados, 21 são acusados de homicídio qualificado com dolo eventual, quando se assume o risco de matar.
O tipo de barragem construída em Minas Gerais, chamada alteamento por montante, não está ultrapassado, mas deve ser feito com segurança, segundo o presidente da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS), órgão que promove o evento, André Assis.
“É uma técnica economicamente muito competitiva e temos grandes projetistas em Minas Gerais. Não se pode dizer porque houve um acidente, com um tipo de barramento, quer dizer que as outras barragens estão em perigo”, disse.
O professor da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, Scott Olsen, um dos maiores estudiosos do mundo sobre barragens de rejeitos, apresentou gráficos sobre segurança em mineradora.
Ele acredita que é necessário um esforço de engenharia e cooperação entre as empresas mineradoras para ajudar a reduzir os risco de falhas em barragens de rejeito.
A organização do congresso informou que Minas Gerais foi escolhido para receber esse congresso quatro anos atrás porque o estado é um dos maiores do Brasil quando o assunto é mineração.