Série ASérie BEuropa

- Atualizado em

Levir critica Flu após demissão: "Clube que mais demite técnicos no mundo"

Treinador deixou o cargo após derrota para o Cruzeiro no domingo e dá a entender que ambiente nas Laranjeiras está pesado para se trabalhar

Por Rio de Janeiro

Levir Culpi, Cruzeiro x Fluminense (Foto: DUDU MACEDO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO)Derrota para o Cruzeiro decretou a demissão de Levir Culpi (Foto: DUDU MACEDO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO)

Levir Culpi se pronunciou sobre sua demissão no Fluminense. Na tarde desta segunda-feira, o treinador soltou nota oficial para falar sobre seu desligamento do clube, ocorrido após a derrota por 4 a 2 para o Cruzeiro, no domingo, no Mineirão. Após o jogo, o técnico não concedeu entrevista e coube ao presidente Peter Siemsen comunicar a saída do comandante.

Na nota, Levir afirmou que o clube tricolor é o que "mais demite técnicos no mundo" e falou sobre a dificuldade em ter paz em um ano de eleição, com quatro candidatos na disputa pelo cargo de presidente do Fluminense. Ele foi o décimo treinador da gestão Peter, mandatário tricolor desde 2011.

Técnico desde março, Levir comandou o Fluminense em 52 jogos: foram 22 vitórias, 15 empates e 15 derrotas. O técnico, que levou o Tricolor ao título inédito da Primeira Liga, deixa o clube com 51,9% de aproveitamento. Em seu lugar, o auxiliar Marcão vai comandar o time nas últimas quatro rodadas do Campeonato Brasileiro, tendo como auxiliar Matheus Costa, que vinha sendo olheiro da comissão técnica. A assessoria de imprensa do Flu informou que o clube não se manifestará sobre a nota de Levir.

A nota de Levir Culpi:

"Estou “puto da cara”, mas preciso dizer algumas palavras. Quero agradecer a oportunidade de fazer parte da história do Fluminense. Trabalhar nove meses em um clube famoso por ser o que mais demite técnicos no mundo tem também seu mérito. Dos times que trabalhei, o Flu é um dos mais oscilantes no convívio entre vitória e derrota.

Conquistamos a Primeira Liga no ano mais difícil da história do Flu. Devido à Olimpíada, nunca jogamos em casa. Só no dia 28 de outubro é que fizemos o primeiro jogo no Maracanã.

Formamos um ambiente bom de trabalho, coisa também muito difícil de conseguir porque o Flu estava dividido entre Laranjeiras e CT da Barra. E o pior, terá eleições nesse mês. Sabe o que acontece num clube quando quatro candidatos disputam a presidência?

Depois de tantos meses, ainda não sei o nome de todos os funcionários e companheiros de trabalho, mas agradeço a torcida do Flu e todos àqueles que torceram por nós.

Não me arrependo de nada. Fui demitido pelos erros que cometi e não por influência de outros.
Esses meses entre “céu” e “inferno” estarão inclusos no livro “De volta ao inferno”, quando falarei sobre o retorno ao futebol brasileiro depois de sete anos no Japão, com as passagens pelo Galo mineiro e agora o Flu.

Assim como o livro anterior, “Um burro com sorte”, esse livro terá toda a arrecadação revertida para o hospital Pequeno Príncipe, especializado em atendimento de crianças e que merece o apoio de todos, mesmo dos que não gostam de mim. Valeu!"